sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Amor, Sexo e Humor

Atribui-se a Bette Davis, uma famosa atriz americana, a afirmação de que «Deus quis brincar connosco ao criar o sexo». E de fato às vezes assim parece, se tivermos em conta as extremas e loucas opiniões sobre a questão. Elas são tão desencontradas que até parece mesmo haver um dedo superior e maroto por detrás.

O sexo é como o dinheiro: não se pensa em mais nada se não o temos, e só pensamos noutras coisas se o temos.

James Baldwin, escritor norte-americano, Collected Essays

O sexo dá-nos um instinto inebriante e poderoso, que nos move continuamente, de corpo e alma, em direcção ao outro.

George Santayana, 1863-1952, filósofo americano, The Sense of Beauty

O sexo transforma a escolha e conquista de um parceiro numa das mais gratas ocupações da vida humana; ele acrescenta à posse o prazer mais intenso, à rivalidade a raiva mais feroz, e à solidão uma eterna falta. Será preciso mais para inundar o mundo com o significado e a beleza mais profundos?

George Santayana, 1863-1952, filósofo americano, The Sense of Beauty

O amor banal é fundamentalmente um apetite voraz por uma certa quantidade de branca e delicada carne humana.

Henry Fielding, 1707-1754, escritor inglês, A história de Tom Jones 

O amor é a presunção de que uma certa mulher é diferente das demais.

H. L. Mencken, 1880-1956, jornalista americano, Mencken Chrestomathy

O que desejamos não é uma mulher em particular, e que é real, mas a sua posse, o que não o é.

A. Compte-Sponville, filósofo francês, Pequeno Tratado das Grandes Virtudes

Na nossa fraqueza há quem seja tentado a encarar a questão literalmente, e a admitir que Deus tem de fato qualquer coisa a ver com a nossa vida e valores sexuais. Há quem direta e ansiosamente apele à intervenção divina na sua vida sexual.
Palavras de Santo Agostinho, rezando:

Meu Deus, dai-me castidade e contenção, mas não já.

Para Santo Agostinho, «amar e ser amado era a coisa mais doce, sobretudo se podia gozar o corpo da criatura amada». Ele não admitia a perda do amor sexual. Mas veja o que o mesmo Santo Agostinho, passados alguns anos, escreveu nas suas Confissões:

Livra-me Senhor do visco da concupiscência, para que a minha alma siga até Ti, para que não seja rebelde nem mesmo durante o sono. Para que, pelo estímulo de imagens bestiais, não cometa as torpezas degradantes da lascívia carnal, e não consinta nisso.

Somos de fato seres contraditórios, e o sexo está indubitavelmente no coração de muitas das nossas contradições.

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