domingo, 30 de outubro de 2011

Você dá demais e recebe de menos?

Vive com aquela sensação de que está sempre disponível quando precisam de você, sempre dá atenção, oferece sua ajuda, é bacana, mas... quando é você quem precisa de algo, dificilmente encontra reciprocidade?

E nos relacionamentos, então? Parece que é sempre você quem tem de ir atrás, procurar, agradar, tentar marcar algo? E fica a impressão de que se você não fizer nada, não ligar, nada vai acontecer?

Em primeiro lugar, é bom esclarecer que não existe um aparelho para medir quem faz mais numa relação. Aliás, a intenção nem deve ser esta, já que não se trata de competição e, sim, de entrega, cumplicidade, vontade! Depois, vale lembrar também que o objetivo não é igualar comportamentos ou maneiras de se envolver. Cada um tem seu jeito e se doa de um modo particular. São essas diferenças que, em geral, muito enriquecem a relação.

Em última instância, não se trata de exigir garantia de retorno ou, como se diz no popular, só fazer por interesse. No entanto, a questão é: se você vive fazendo, doando e se oferecendo para sustentar a relação, vai chegar uma hora em que essa dinâmica vai pesar. E você vai se sentir cansado, exausto, com a sensação de que está carregando sozinho o que deveria ser carregado a dois. É evidente que há um desequilíbrio aí!

Bom, este deve ser considerado um momento fantástico: aquele em que você se sente incomodado, frustrado e decide que não quer mais! Que assim não dá! É hora de mudar, fazer diferente! E preciso explicar sobre fazer diferente porque, por incrível que pareça, tem gente que deseja obter novos resultados e, ainda assim, continua tendo as mesmas atitudes de antes. Ou seja, ela mesma não muda, mas quer que os acontecimentos mudem!

Isso significa que de nada vai adiantar você ficar cobrando uma postura diferente das pessoas com quem se relaciona, seja no trabalho, com os amigos ou com a pessoa amada. Se você não está satisfeito com os resultados que vem obtendo com essas pessoas, mude você. Seja diferente você! Até porque, no final das contas, mudar a si mesmo é a única mudança possível. Ninguém muda o outro!

Um ótimo começo é ganhar consciência de seus atos, de suas escolhas e do modo como você se comporta em suas relações. Muito provavelmente, se o outro não se mexe, é porque você se mexe antes, se mexe muito, se mexe rápido demais. Se o outro está acomodado, só no venha a nós, certamente você está se precipitando e o deixando mal acostumado.

O exercício é o seguinte: a partir de agora, você vai observar seu próprio comportamento e não vai oferecer, fazer ou ajudar ninguém sem que seja solicitado. Nada de tentar ser o queridinho, o indispensável, o faz-tudo. Fique quietinho e espere ser chamado. E, ainda assim, preste atenção! Quando alguém te pedir algo, antes de dizer rapidamente que sim, claro, questione-se: você quer realmente fazer isso? Pode fazer? Tem tempo? Se houver qualquer dificuldade ou falta de vontade de sua parte, respeite-se... e diga que sente muito, mas que desta vez não vai poder ajudar.

A ideia é aprender a valorizar a si mesmo, aprender a respeitar suas vontades e, antes, aprender a reconhecê-las. É ganhar consciência de si e de seu lugar no mundo e nas relações. É perceber o quanto você é bacana e merece ser bem tratado, assim como muito bem trata quem você ama.

E lembre-se: quando sua ajuda é fácil demais, simples demais, sempre disponível, a tendência é que pareça ao outro, mesmo não sendo proposital, exatamente assim: fácil, simples e aos montes. Mais ou menos como a lei da oferta e da procura: se tem muito, é barato e, em alguns casos, até desvalorizado; se tem pouco, é caro, é valioso. Eu partiria do princípio de que você, meu caro, tem valor! E você?

 

[Rosana Braga]

Descomplique, simplifique e seja bem mais feliz!

Por que tantas pessoas têm a impressão de que serão consideradas mais responsáveis na mesma medida em que mais complicadas forem suas vidas? Parece que resolveram acreditar que simplicidade, neste mundo globalizado, é sinônima de descompromisso.

Por conta desta distorção e desta conclusão completamente equivocada, milhares de pessoas têm sofrido bem mais do que o necessário para atingir resultados que poderiam ser facilmente alcançados com uma boa dose de objetividade e transparência.

Casais que transformam motivos banais em decretos que sustentam guerras intermináveis. Pais que gritam e esbravejam com seus filhos quando bastaria uma conversa clara e direta. Amigos que insistem em apontar uma mancada do outro quando poderiam aceitar um pedido de desculpas e seguir adiante.

Enfim, contaminados pela ansiedade, envenenados pela dinâmica insana de uma rotina inconsciente, muitos têm perdido o melhor da vida por conta de picuinhas. Tanto alimentam os detalhes irrelevantes que nem se dão conta dos momentos especiais.

A boa notícia é que pequenas mudanças podem surtir importantes efeitos. Sugiro que você comece a validar o que há de bom, tanto em si mesmo, quanto nos que estão ao seu redor e na sua vida em geral. Pare de ignorar o esforço de cada um e comece a perceber que todos nós, indistintamente, tentamos fazer o nosso melhor com o intuito singular de sermos aceitos e amados.

A grande maioria dos nossos problemas não passa de pura invenção de nossa mente. Complicamos porque temos medo de não estarmos prontos para caso algo dê errado. No entanto, raramente dá errado. E para comprovar esse fato, apenas tente. A partir de hoje, simplifique! Esteja presente! Viva o que há para ser vivido, mantenha-se em sintonia com seus sentimentos e descubra que ser feliz é bem mais fácil do que você sempre imaginou.

 

[Rosana Braga]

O que faz o amor acabar?

 

 

Até onde podemos supor, quem começa um relacionamento espera que ele não termine tão cedo. Especialmente no início, quando mostramos o melhor de nós na intenção de conquistar a pessoa amada, nossas expectativas sempre rondam a ideia - ainda que fantasiosa - do "e foram felizes para sempre".

Sim, estamos cansados de ouvir que o sempre não existe, que nada é eterno e que o tempo transforma as relações em algo bem diferente do que era quando começou - lembrando que "diferente", em princípio, não quer dizer nem pior e nem melhor. Mas o fato é que acreditar no amanhã é imprescindível. É esta esperança e esta significativa aposta no amor que o faz ganhar em profundidade. Ou seja, é preciso investir para ganhar, seja qual for o compromisso.

Porém, o maior equívoco na conquista e, principalmente, na manutenção das relações, tem sido o foco. Apesar de ser essencial acreditar no futuro, é absolutamente indispensável vivenciar o hoje, o agora, este dia!

Por isso, se você quer saber o que faz o amor acabar, a resposta é apenas uma: começar a acreditar que hoje pode ser ruim porque depois você poderá consertar. Talvez até possa, mas deixar para fazer o amor valer a pena somente amanhã é a maior e mais perigosa armadilha que os casais constroem para si mesmos sem se dar conta!

Em outras palavras: nada pode garantir que o amor entre você e a pessoa com quem você se relaciona jamais vai acabar. Isso não existe. É imprevisível e incontrolável. Entretanto, se você quer fazer o que está ao seu alcance, se quer fazer o que é possível, então, minha sugestão é para que você viva um "amor de um dia".

Isso mesmo: ame como se este amor fosse acabar ao final deste dia. Como se você tivesse apenas hoje para namorar, beijar, abraçar, falar, ouvir, ouvir bastante, considerar, perdoar, pedir perdão, ceder, reconhecer o que o outro faz de bom, reconhecer o que você faz que não é muito legal... Enfim, apenas hoje, apenas agora...
Claro que isso não significa que se você não puder aproveitar o hoje, estará tudo acabado. Mas esteja certo de que se você se relacionar na maior parte do tempo sempre esperando pelo amanhã para que seja bom, então, está fadado ao fim! Pode ser oficial ou camuflado, mas o fim será inevitável!

Portanto, não perca mais tempo! Quanto antes você começar, mais fácil será instaurar esta dinâmica no seu relacionamento. Mais eficiente e mais prazeroso será praticar o "amor por um dia"!

Afinal de contas, é fácil compreender o quão mais possível é viver um grande amor por 15 ou 20 horas do que por 15 ou 20 anos... E na mesma medida, por 15 ou 20 minutos do que por 15 ou 20 horas. Então, que tal uma ligação carinhosa, um convite picante, uma flor sem motivos aparentes, um elogio despretensioso?

Nada de mais para quem quer viver uma linda história de amor, não acha?

 

[Rosana Braga]

sábado, 29 de outubro de 2011

Lipoproteína A

A Lp(a) é uma macromolécula formada por um núcleo com semelhança química à c-LDL, esta lipoproteína é ligada por pontes de dissulfeto a uma cadeia de aminoácidos idênticos aos do plasminogênio. Esta característica confere à Lp(a) ação trombogênica por competir com sítios de ligação do plasminogênio. Concentração de Lp(a) acima de 30mg/dl é considerada fator de risco para trombose. Vários estudos epidemiológicos têm demonstrado associação entre hiperlipoproteinemia (a) e doenças cardiovasculares (infarto do miocárdio e doença cerebrovascular). Os mecanismos pelos quais a Lp(a) promove os processos aterotrombóticos são (figura 19):

  • a Lp(a) liga-se à fibronectina (presente nas lesões ateromatosas) e glicosaminoglicanos da parede arterial;
  • a Lp(a) move-se através do endotélio até a íntima;
  • a Lp(a) pode ser oxidada in vitro e formar células espumosas;
  • indução da proliferação de SMC;

A própria resposta inflamatória pode produzir um profundo efeito no movimento de lipoproteínas na artéria. Especificamente, mediadores da inflamação como TNF-a , IL-1 e M-CSF aumentam a ligação de LDL ao endotélio e SMC e aumentam a transcrição de gene para receptor de LDL. Depois de se ligarem aos receptores removedores in vitro, a LDL modificada dá início a uma rede de eventos intracelulares, que incluem a indução de uroquinase e citocinas inflamatória como IL-1. Assim, um círculo vicioso de inflamação e modificação de lipoproteínas é formado. (ROSS,1998).

Mecanismo de aterogênese e envolvimento das Lp apo B. As lipoproteínas aterogênicas contendo apo B, LDL, beta VLDL e Lp(a) podem ativar uma disfunção do endotélio vascular. Quando as lipoproteínas contendo apo B penetram na parede do vaso, elas podem ser oxidadas e capturadas por macrófagos que podem ser transformados em células espumosas. As células endoteliais e espumosas secretam fatores de crescimento que estimulam a proliferação e migração das células musculares lisas, resultando na formação da lesão aterosclerótica. Na superfície da célula endotelial, a apolipoproteína(a) componente da Lp(a) que é homóloga ao plasminogênio pode interferir com a conversão de plasminogênio em plasmina. Com a produção diminuída de plasmina diminui a ação trombolítica promovendo a formação de trombos. A HDL pode remover o colesterol dos macrófagos e transportá-los de volta para o fígado e também pode inibir a oxidação de LDL tendo assim um efeito antiaterogênico (Modificado de KWITEROVICH, 2000).

Diversas doenças e estados metabólicos podem aumentar a taxa de Lp(a) como diabetes melito, nefropatias, hipercolesterolemia, hipertrigliceridemia, gestação, climatério etc. A terapia de reposição hormonal protege contra a elevação da Lp(a). Das drogas hipolipemiantes parece que apenas a niacina e o bezafibrato são eficazes em seu tratamento (OLIVEIRA & SILVA, 1999).

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Artéria Umbilical Única: O que significa isto para o seu bebê?

O achado de 1 artéria no cordão ao invés de 2 (AUU) é comum nas gestações e, quando isolado, não prejudica o andamento normal do pré-natal, sendo necessário somente o acompanhamento corriqueiro para avaliação do crescimento fetal.

No cordão umbilical normal existem duas artérias e uma veia. No entanto, a variante com uma única artéria umbilical (AUU) e uma veia umbilical (cordão com 2 vasos), está entre os achados mais comuns anormais em exames de ultrassom fetal, sendo que a artéria umbilical ausente mais frequente é a esquerda.

A etiologia da AUU ainda não é completamente conhecida e é provavelmente multifatorial, resultante tanto da agenesia (não formação) ou atrofia (formação com posterior desaparecimento) da segunda artéria umbilical ou da persistência da normalmente transitória AUU embrionária.

Os vasos no cordão umbilical são claramente identificáveis com a ultrassonografia. A veia é geralmente maior do que as artérias. A AUU pode ser diagnosticada no pré-natal pelo ultrassom através do achado de dois vasos em uma secção transversal do cordão, ou somente um vaso visto em apenas um lado da bexiga fetal. Isso pode ser evidente no momento em que o ultrassom morfológico de segundo trimestre é realizado, ou até mais precocemente.

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A incidência de AUU tem sido relatada como variando de 0,2% a 1,6% entre fetos cromossomicamente normais (euplóides) e de 9% a 11% entre fetos cromossomicamente alterados (aneuplóides), mas este número varia muito na literatura médica, e se sabe que é encontrado mais frequêntemente em natimortos do que em nascidos vivos.

Existe um consenso sobre a necessidade de uma avaliação anatômica detalhada para identificar quaisquer outras anomalias fetais associadas uma vez que a AUU tenha sido diagnosticada. Em casos de AUU isolada, aparentemente não há evidência de risco aumentado de anormalidades cromossômicas, mas o achado de AUU deve alertar o ultrassonografista para procurar defeitos fetais, e um cariótipo (estudo genético), realizado através de amniocentese, deve ser oferecido se anomalias congênitas são encontradas em associação com AUU.

Malformações congênitas em muitos sistemas têm sido relatados em associação com a AUU, mas não há um padrão específico. As malformações geniturinárias e cardíacas parecem ser as mais prevalentes, e a percepção de que as anomalias renais são particularmente comuns, levou alguns a recomendar uma avaliação renal pós-natal para todas as crianças com AUU.

Um estudo para examinar a associação entre o achado pré-natal de AUU e defeitos cardíacos e verificar a necessidade de avaliação complementar com ecocardiografia fetal foi realizado recentemente e, embora a AUU esteja associada a um aumento da incidência de defeitos cardíacos, esta complementação não é necessária quando o exame morfológico de segundo trimestre é realizado por um ultrassonografista experiente em medicina fetal, porque os defeitos são detectados através da avaliação padrão, que deve incluiu uma visão de quatro câmaras do coração, bem como das vias de saída.

O risco de RCIU (restrição de crescimento intrauterino) é também apontado em alguns estudos e na ausência ainda de dados confiáveis para o contrário, parece prudente a obtenção de uma ultrassonografia no terceiro trimestre para a avaliação do crescimento fetal.

E se o bebê tem artéria umbilical única?

É muito importante ter segurança de que este achado é realmente isolado, porque PODE (ou não) estar associado a síndromes genéticas e alterações na formação principalmente dos rins e coração, por isso é de extrema importância a realização de um exame de ultrassom morfológico de segundo trimestre (idealmente realizado entre 20 e 24 semanas) em um centro especializado em medicina fetal.

E se durante o exame de ultrassonografia forem encontrados outras alterações no seu bebê?

Fique alerta! E considere a realização da amniocentese para o estudo genético, pois isto pode significar que o bebê tem problemas maiores do que somente a falta de uma artéria no cordão. E a ecocardiografia fetal? Não parece acrescentar muito se o exame morfológico foi feito em um centro especializado por um ultrassonografista experiente em medicina fetal, mas é um exame complementar inócuo para a mãe e o feto, podendo ser realizado se a equipe médica julgar prudente ou se ajudar a diminuir a ansiedade da futura mamãe. Depois, é sempre bom comentar o diagnóstico pré-natal de AUU com o seu pediatra que vai cuidar do bebê ao longo do seu desenvolvimento, assim ele pode dar mais uma olhada com atenção principalmente para os rins do pequeno e assegurar que esteja tudo bem após o nascimento.

 

[Dra. Camila Gomes]

domingo, 16 de outubro de 2011

Recaídas com o ex? Por que e até quando?

Quem terminou, mas não está bem resolvido com o fim do relacionamento, vira e mexe se pega enroscado com o ex. Liga, manda mensagem, propõe um encontro e pronto: está armada a emboscada – mais horas, menos horas e lá estão os dois, não necessariamente ressuscitando a história, mas dando-lhe alguns suspiros a mais!

Não que haja algo errado nisso, mas convenhamos: há sim, certa incoerência. Se querem mesmo estar juntos, por que terminaram? E se querem mesmo terminar, por que estão juntos novamente? Ok, há dúvidas! Tudo bem... nada mais humano.

O fato é que sua mente quer uma coisa, mas seu coração quer outra. Por alguma razão, vocês acreditam que não devem dar continuidade à relação, mas por algum desejo irracional, não conseguem deixar de se ver. Sendo assim, enquanto os sentimentos estiverem confusos e você não souber exatamente se quer ficar junto ou separado de alguém com quem vinha se relacionando, as recaídas farão parte do processo de esclarecimento.

A questão é: essas recaídas lhe fazem bem ou lhe fazem mal? Se fazem bem, nem precisa continuar lendo este artigo. Tá tudo certo! Vá em frente e seja feliz! Mas se lhe fazem mal, significa que em vez de esclarecer, esse vai-e-vem está servindo para confundi-la ainda mais, para gerar em você sentimentos piores do que a própria confusão. Daí, sim, é hora de parar e refletir!

Sou sempre a favor de ouvir a voz do coração. Porém, muita gente confunde a voz sábia do coração com a voz imatura do ego. É importante saber que o ego tenta nos impor desejos muitas vezes insanos e contraditórios, só para tentar preencher buracos causados pela insegurança, pelo medo de ficar só, pela frustração de estar vivendo um rompimento. Ou seja, uma tentativa inútil de nos livrar de sensações que são absolutamente imprescindíveis. Precisamos vivenciar a dor tanto quanto o amor. Só assim amadurecemos e crescemos e nos tornamos pessoas com conteúdo, profundidade e intensidade.

O coração sempre sabe! É aquela velha sensação de que, lá no fundo, bem lá no fundo, todos nós sabemos se determinada escolha nos trará lucidez e nos colocará diante de novas portas abertas ou nos afundará ainda mais num lamaçal que nos deixará paralisados e perdidos. Basta aprendermos a ouvir a voz que sabe, e atendê-la, confiando que o que tiver de ser, será!

Resumindo, se você tem recaídas com o ex, sabendo o que pretende e até quando, ou seja, porque quer compreender melhor seus sentimentos e verificar se realmente prefere estar junto ou separado; e pretende fazer isso por um curto prazo, tudo bem! Mas se você tem recaídas como quem está viciado numa relação doentia, que faz bem por alguns minutos ou horas, mas depois mina suas forças, sua auto-estima e sua alegria, é hora de se encher de coragem e entrar na fase da abstinência.

Ficar dando voltas em torno de uma história que a destrói é a mais cruel perda de tempo e desperdício de vida. Não só faz você sofrer como a todos que a amam – amigos e familiares. De uma vez por todas, coloque um ponto final nessa bagunça e se prepare para renascer. Não é fácil, mas é possível e vale muito a pena. Dói no começo, mas a sensação maravilhosa que vem depois, de bem-estar e de certeza de que você é capaz de fazer a melhor escolha são impagáveis!

Por fim, mantenha-se acessível e disponível para o amor criativo... e vai terminar descobrindo que ele já está dentro de você! Agora, é só esperar por alguém que queira compartilhar amor da mesma qualidade!

 

[Rosana Braga]

É difícil, mas uma hora é preciso dar um basta e saber que é a melhor decisão para os dois!

 

Curar a ferida em primeiro lugar

Quando somos atingidos por uma flecha, não devemos perder tempo buscando saber quem e por que nos feriu. Mas, sim, arrancar a flecha fora e cuidar, o quanto antes, da ferida. Este é o modo budista de lidar com os problemas: focamos a cura ao invés de cultivar a indignação que gera ainda mais dor.


Em vez de responder aos inúmeros porquês, focamo-nos em lidar com a situação de modo a assumir o autocontrole diante de nossos problemas. Afinal, quando não podemos mudar uma situação externa, ainda assim, podemos transformar o nosso modo de encará-la.

Enquanto estivermos contaminados pelo cansaço, pela raiva ou pela indignação, nossas atitudes serão tendencialmente unilaterais ou vingativas. O que o budismo nos alerta é que a primeira coisa a fazer quando recebemos qualquer tipo de agressão é nos interiorizarmos para recuperar o espaço interior.

Mais do que uma percepção mental dos fatos, devemos buscar o equilíbrio interior para que nosso pensamento volte a ser claro e amplo.

Na medida em que nos concentramos em curar a ferida, ao invés de indagar o porquê ela ocorreu, cultivamos o hábito mental de buscar soluções práticas que nos ajudam a nos desvencilhar dos problemas. Deste modo, não ficamos presos ao discurso "ele não podia ter feito isso comigo" que nos leva apenas à paralisia, mas passamos a nos mover em direção à solução interior, o que nos leva a um senso profundo de liberdade de podermos ser quem somos.

O mundo à nossa volta está repleto de informações conflitantes e confusas. Tornamo-nos reféns dos outros enquanto nos deixamos enganchar por seus conflitos.

Para nos desvencilharmos das confusões alheias, precisamos antes de tudo recuperar nosso espaço interior. Esta é a diferença entre gritar para o outro: "Me solta" e dizer internamente: "Eu me solto".

Desta maneira, ganhamos autonomia interior, isto é, recuperamos o prazer e a habilidade de exercitar a nossa própria vontade de nos acalmar. Lama Gangchen nos encoraja a praticar a Autocura quando nos fala: "Basta reconhecermos nossa própria capacidade e ousarmos aceitá-la".

Em seu livro Autocura Tântrica III (Ed. Gaia) ele esclarece: "Para começarmos a vivenciar os níveis mais profundos da Autocura, nossa mente precisa começar a aceitar e usar o espaço interior da forma correta. Temos que compreender que há mais espaço em nossa mente muito sutil do que no mundo externo. Além disso, também precisamos entender que as situações perigosas que hoje vivenciamos são o resultado de causas e condições negativas criadas por nós no passado. É muito importante praticarmos a Autocura, pois se continuarmos a gravar negatividades em nosso espaço interior, embora nosso coração não possa explodir, uma terrível explosão global de negatividade pode acontecer, causando nosso Armagedão individual e planetário".

Para parar de gravar negatividades em nosso espaço interior, precisamos cultivar o hábito de nos interiorizarmos, de ampliarmos nosso espaço interior. Mas a capacidade de nos autossustentar surge à medida em que nos sentimos disponíveis para nós mesmos.
Se não nos sentimos capazes de lidar com certas emoções, devemos buscar pessoas que nos incentivem a lidar positivamente com elas. A solidariedade alheia nos ajuda a sentir e aceitar o que nem mesmo somos capazes de entender.

O importante é buscar coerência entre nosso mundo interior e a realidade exterior. Viver bem pressupõe considerar a realidade acima de qualquer coisa.

Ao recuperar o espaço interior, ganhamos uma nova disponibilidade para agir.

 

[Bel Cesar]

Buscar o equilíbrio interior nem sempre é fácil, mas quando você aprende a se dar valor e a não dar tanta importância aos problemas, você recupera o prazer de exercitar a própria vontade e decisão de ficar e sofrer ou sair fora e encontrar sua felicidade interior!

sábado, 15 de outubro de 2011

Brasil testa polipílula que poderá prevenir doenças cardiovasculares

MARIANA VERSOLATO
DE SÃO PAULO

Uma pílula que reúne quatro remédios para controlar a pressão arterial e o colesterol e prevenir o entupimento de vasos sanguíneos está sendo testada em diferentes países, incluindo o Brasil, para reduzir a incidência de doenças cardiovasculares.

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O país já participou da primeira fase do primeiro estudo internacional com a chamada polipílula.

Os resultados, publicados em maio na revista "PLoS One", mostraram que a pílula pode diminuir em 60% o risco de infarto e derrame em pessoas com risco moderado.

Na pesquisa, esses pacientes tinham idade média de 60 anos, eram obesos e tinham pressão arterial e colesterol pouco elevados, além de outros fatores de risco.

"São pessoas que não necessitariam de medicação, mas, infelizmente, boa parte delas não consegue reduzir o risco com outras medidas", diz Otávio Berwanger, cardiologista do HCor (Hospital do Coração) e coordenador da pesquisa no Brasil.

Ao todo, 378 voluntários participaram do trabalho, que também foi feito na Índia, na Austrália, na Holanda, na Nova Zelândia e nos Estados Unidos.

A NOVA PESQUISA

A segunda fase do estudo começa em novembro, com pacientes que já tiveram infarto ou AVC e tomam os remédios separadamente.

No Brasil, a pesquisa envolverá 22 hospitais, além do HCor, e 2.000 pessoas em todas as regiões do país.

Além disso, em 2012, o país deve participar da terceira fase de uma pesquisa já iniciada na Índia, na China e no Canadá.

Dessa vez, o responsável pela pesquisa brasileira será o Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia.

O objetivo, segundo o cardiologista Álvaro Avezum, diretor da divisão de pesquisa do instituto, é testar a medicação em 2.000 pacientes de São Paulo com risco cardíaco moderado.

MEDICALIZAÇÃO

De acordo com Luiz Antonio Machado César, presidente da Socesp (Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo) e cardiologista do InCor (Instituto do Coração da USP), a ideia é simplificar e baratear o tratamento.

Berwanger lembra que, hoje, no máximo metade dos pacientes de alto risco segue o tratamento corretamente. "Se pudermos facilitar a vida do paciente, mantendo os benefícios dos remédios, com custo menor e maior adesão, será muito interessante."

Ele afirma, no entanto, que a ideia não é "medicalizar" a prevenção de quem tem risco moderado. "A adesão a dieta e exercícios é péssima, apesar de as mudanças serem fundamentais. Essas pessoas não sentem nada, mas a tendência é piorar", afirma.

"Mudar o estilo de vida da população é utopia. Do jeito que a gente montou nossas cidades e a nossa vida nos grandes centros, essa opção não existe", afirma César.

Berwanger recorda, no entanto, que não se trata da "pílula da vida eterna", e que o controle de fatores como tabagismo e obesidade, deverá ser mantido, mesmo para quem tomar a polipílula.

"Ame-se e Cure Sua Vida" reúne exercícios para melhorar e mudar

da Livraria da Folha

A terapeuta Louise L. Hay reúne exercícios para que as pessoas consigam identificar quais posturas com relação à vida as incomodam e consigam modificá-las no livro "Ame-se e Cure Sua Vida: Exercícios para sua Mudança Interior" (Viva Livros, 2011).

Divulgação

Terapeuta reúne sugestões para tornar-se uma pessoa melhor

Terapeuta reúne sugestões para tornar-se uma pessoa melhor

A obra mescla os ensinamentos propostos pela autora com dezenas de atividades interativas. A ideia é que estas seções da publicação sejam analisadas e preenchidas pelo próprio leitor com as instruções indicadas por Louise.

Por meio de suas orientações, a terapeuta espera que as pessoas sejam capazes de mudar seu dia a dia e se livrar de traços de suas personalidades --como o medo em excesso ou a falta de crédito em si mesmo-- que as tornam infelizes e incompletas.

Louise L. Hay é autora do clássico, com mais de 90 edições apenas no Brasil, "Você Pode Curar Sua Vida". Já vendeu mais de 40 milhões de exemplares de seus livros em todo o mundo.

Leia trecho de "Ame-se e Cure Sua Vida: Exercícios para sua Mudança Interior".

*Em que eu acredito

A vida á muito simples. O que damos, recebemos. Creio que somos responsáveis por tudo o que acontece em nossa vida, do pior ao melhor. Cada pensamento que temos vai moldando nosso futuro. Cada um de nós produz suas próprias experiências por meio dos pensamentos e das palavras que falamos.

Crenças são ideias e pensamentos que aceitamos como verdade. O que pensamos sobre nós e o mundo torna-se verdadeiro para nós. O que escolhemos acreditar pode ampliar e enriquecer nosso mundo. Cada dia que passa pode ser uma experiência empolgante, alegre, esperançosa, ou triste, limitadora e sofrida. Duas pessoas, em um mesmo mundo, nas mesmas circunstâncias, podem ter experiências de vida completamente diferentes. O que nos transporta de um mundo para o outro? Estou convencida de que nossas crenças conseguem realizar essa tarefa. Quando nos dispomos a modificas nossas crenças primárias, estamos a caminho de uma verdadeira mudança em nossas vidas.

Sejam quais forem suas crenças sobre você mesmo e o mundo, lembre-se de que elas não passam de pensamentos, e eles podem ser modificados. É possível que você não concorde com algumas de minhas ideias. Elas talvez possam lhe parecer desconhecidas e assustadoras. Não se preocupe. Só as ideias que lhe pertencerem realmente se tornarão parte de sua estrutura de pensamento. É possível também que você considere algumas de minhas técnicas simples demais ou tolas para funcionarem. Só lhe peço que tente experimentá-las.

Nosso subconsciente aceita tudo em que escolhemos acreditar. O Poder Universal jamais nos julga ou critica. Ele nos aceita como somos. Se você aceita uma crença limitadora, ela se tornará verdade para você. Se acredita que é baixo demais, alto demais, gordo demais, magro demais, sabido demais, burro demais, pobre demais, rico demais, incapaz de formar bons relacionamentos, essas crenças se tornarão verdade para você.

Lembre-se de que estamos lidando com pensamento, e que eles podem ser modificados. Temos escolhas limitadas sobre o que podemos pensar, e o ponto de poder está sempre no agora.

O que você está pensando no momento? Trata-se de algo positivo ou negativo? Você quer que esse pensamento crie seu futuro?

 

"Ame-se e Cure Sua Vida: Exercícios para sua Mudança Interior"
Autora: Louise L. Hay
Editora: Viva Livros
Páginas: 220
Quanto: R$ 12,90 (preço promocional, por tempo limitado)
Onde comprar: 0800-140090 ou na Livraria da Folha

Atenção: Preço válido por tempo limitado ou enquanto durarem os estoques. Não cumulativo com outras promoções da Livraria da Folha. Em caso de alteração, prevalece o valor apresentado na página do produto.

 

Particularmente posso dizer que desde que li “Você pode curar a sua vida”, eu comento com todo mundo… o problema é você entrar numa rotina de pensamentos positivos que parece mais difícil do que ter pensamentos negativos… infelizmente muitos pensam assim. Tem que ter disciplina e acreditar que vai dar certo! Fé!

Eu recomendo!!!

Melhora em drogas anti-HIV aumenta expectativa de vida

KATE KELLAND
DA REUTERS

A expectativa de vida das pessoas que têm HIV aumentou 15 anos entre 1996 e 2008, graças em grande parte ao diagnóstico precoce e tratamento com melhores drogas, menos tóxicas, disseram cientistas do Reino Unido.

Enquanto a expectativa de vida dos pacientes com HIV ainda é menor do que na população em geral, o progresso dramático na redução dos efeitos colaterais das drogas (oferecidas como coquetel de medicamentos) e o início do tratamento mais cedo ajudaram a transformar o HIV em uma doença crônica com um bom prognóstico.

Em um estudo publicado na revista científica "British Medical Journal", os pesquisadores acrescentaram que a média de vida de pacientes soropositivos deve aumentar ainda mais no futuro.

"Esses resultados são reconfortantes para os pacientes atuais e serão usados para aconselhar os que recentemente descobriram ser soropositivos", disse Mark Gompels, do Serviço Nacional de Saúde do Reino Unido, que é coautor do estudo. Os cientistas analisaram dados de pacientes com idade acima de 20 anos que iniciaram o tratamento com pelo menos três drogas anti-HIV entre 1996 e 2008.

A análise mostrou que a expectativa de vida dos infectados com HIV aumentou de 30 anos para quase 46 anos (contando esse tempo como anos adicionais de vida para pessoas com 20 anos quando foram diagnosticadas) entre os períodos de 1996 a 1999 e 2006 a 2008.

Os resultados mostram que a expectativa de vida para mulheres tratadas com o coquetel no Reino Unido é 10 anos maior que a de homens. O estudo serve como "um apelo urgente" para conscientizar pacientes e profissionais de saúde sobre a eficácia do tratamento do HIV, especialmente se iniciado cedo, dizem os pesquisadores. Segundo eles, novos aumentos da longevidade dos pacientes devem ocorrer.

Pesquisa alemã reverte enfisema pulmonar em roedor

REINALDO JOSÉ LOPES
EDITOR DE CIÊNCIA E SAÚDE

Experimentos com camundongos mostraram que é possível reverter o dano causado aos pulmões pelo enfisema ou por outras formas da chamada doença pulmonar obstrutiva crônica (conhecida pela sigla DPOC).

Uma substância que já chegou a ser testada em humanos, ministrada a roedores com enfisema, conseguiu resgatar tanto os vasos sanguíneos quanto os alvéolos dos bichos, danificados pela exposição à fumaça de tabaco.

A abordagem, relatada na última edição da revista científica "Cell", foi bolada por alemães da Universidade de Giessen, liderados por Norbert Weissmann. O plano dos pesquisadores é criar uma droga inalável que, no futuro, seria aplicada a pacientes humanos. A ideia, contudo ainda não tem data para ser posta em prática.

A pesquisa com os roedores é importante também por desvendar uma série de mecanismos básicos sobre como a enfisema e outros tipos de DPOC (como a bronquite crônica) se formam.

PROBLEMA GIGANTE

Apesar do nome obscuro, a DPOC representa um problema extremamente comum de saúde pública. Calcula-se que, em 2020, as variantes da doença vão se tornar a terceira causa mais comum de mortes no mundo.

É comum que as formas do problema sejam acompanhadas de hipertensão pulmonar. Até 70% dos pacientes com DPOC possuem alterações severas nos vasos sanguíneos que irrigam o pulmão. Mas não se sabia se há uma relação direta entre esse fato e o enfisema propriamente dito, caracterizado pela dilatação excessiva dos alvéolos pulmonares.

No estudo, os alemães submeteram os camundongos a oito meses de fumaça de tabaco e viram, primeiro, que alterações nos vasos sanguíneos que chegam ao pulmão ocorrem antes do enfisema propriamente dito.

A fumaça fazia esses vasos ficarem "musculosos", supercrescidos. Nesse processo, havia a liberação de NO (óxido nítrico). Em condições normais, a substância é essencial para manter os vasos sanguíneos em bom estado, mas o excesso dela leva a uma reação química destrutiva.

E justamente essa reação parece estar por trás dos danos aos alvéolos. Os pesquisadores, então, usaram uma substância que inibe a produção de óxido nítrico.

O resultado foi animador: após alguns meses, tanto os problemas nos vasos quanto os que afetavam os alvéolos foram bastante minimizados nos camundongos.

A boa notícia é que, em testes preliminares com humanos, a substância usada no estudo não pareceu trazer efeitos colaterais negativos.

Obras de arte têm efeito positivo em pacientes com Alzheimer

Contemplar obras de arte produz efeitos benéficos para os pacientes com Alzheimer, de acordo com estudo realizado pelo Centro de Medicina do Envelhecimento da Universidade Católica de Roma, em conjunto com a Galeria Nacional de Arte Moderna, informou nesta sexta-feira o jornal romano "Il Messagero".

A pesquisa envolveu 14 pacientes com grau leve a moderado da doença e comprovou que admirar a beleza das obras de arte pode reduzir em 20% a frequência de alguns sintomas como ansiedade, apatia, irritabilidade e a agressividade dos que sofrem da doença.

Os pacientes foram guiados pela pinacoteca, onde puderam observar detalhes das pinturas de Paolo Veronese, Domenico Morelli e Giuseppe de Nittis. Depois, foram submetidos a uma avaliação clínica e psicológica, segundo o jornal.

"Os resultados comprovam que visitar museus pode frear os primeiros sintomas da doença", explicou Roberto Bernabei, diretor do Centro de Medicina do Envelhecimento.

"Levar os pacientes a locais onde se mostra a beleza é também uma maneira de comunicar ao doente que ele não está segregado e que embora sua mente vacile, pode continuar sua vida", explica Bernabei.

"O teste feito antes e depois da visita pela galeria evidenciou uma notável redução do nível de estresse, não só em quem está mal, mas também nos acompanhantes", explicou a geriatra Rossella Liperoti que ressaltou o fato dos efeitos se prolongarem por semanas.

No entanto, não foi comprovada nenhuma influência das obras de arte no déficit cognitivo dos pacientes, afirma o jornal. Não é a primeira vez que a ciência procura demonstrar a influência positiva da arte em pessoas com algum tipo de doença.

O Moma (Museu de Arte Moderna de Nova York) tem um programa de visitas guiadas para incentivar a criatividade em pacientes com Alzheimer.

Números mais recentes da Associação Mundial de Alzheimer contabilizam 40 milhões de doentes e a previsão é que crescimento de 50% até 2030.

 

[da EFE]

Irritação fruto do estresse contamina quem está perto

"A vida, com suas provocações diárias, é um prato cheio para nos enlouquecer, acredite. Se quisermos podemos encontrar diariamente vários motivos altamente justificáveis para perder a cabeça, agredir as pessoas, mergulhar na irritação, reclamar da vida e brigar. Podemos, sem muito esforço, tornar nossas vidas (e a de quem nos cerca) um verdadeiro inferno!"

Gente, que a vida é muitas vezes dura, ninguém duvida. É um tal de corre pra cá, corre pra lá, a bolsa caindo, as contas chegando, o trânsito que continua empacando... Haja habilidade para se manter o equilíbrio! E quanto mais nos deixamos afetar, pior fica, acreditem!

Outro dia, aflita porque estava atrasada, fui fechar a porta da geladeira com o pé (as mãos estavam segurando umas dez mil coisas ao mesmo tempo), e lá que foi ao chão o vidro de catchup. E toca largar tudo e limpar aquela meleca do piso branquinho da minha cozinha. Difícil mesmo foi tirar a coisa vermelha dos pelos do meu gato.

Eu sei que você que me lê já passou por dias assim. Muitas vezes a onda de acontecimentos desastrosos só termina quando finda o dia.
Sei também que não é fácil manter o equilíbrio quando o tal vidro de catchup se espedaça pela cozinha bem quando já estamos atrasados. Pior ainda se um gato estiver no meio da tragédia e sair correndo, com as patas meladas de vermelho, na direção do sofá de tecido branquinho (eu disse que podia ficar pior...). Mas a verdade é nós somos os únicos responsáveis por escolher o sentido que daremos a cada acontecimento de nossas vidas.

O tempo todo somos nós que escolhemos o valor que damos a cada pequeno evento. O tempo todo somos nós que damos peso à realidade. A realidade, como afirmam os físicos quânticos, não existe por si só e sim no encontro entre observador e observado.

Pense nos seus relacionamentos mais próximos, naquelas pessoas com as quais você convive diariamente. É claro que, todos os dias, muitas coisas acontecem na sua interação com elas. Um dia seu marido esquece-se de trazer o que você pediu que ele trouxesse da padaria, ou sua filha não guarda as roupas que você implorou que ela tirasse de cima da cadeira, antes que a cadeira fosse eternamente soterrada; ou você observa aflita enquanto sua irmã bate sem querer no porta-retratos que você trouxe de sua última viagem, fazendo com que ele se espatife e parta em mil pedaços.

A minha pergunta é:

- Você tem consciência, nesse exato momento, de que pode “escolher” como reagir a esses eventos?
Claro que o primeiro impulso é o de agir de forma absolutamente emocional. Ficamos frustrados, irritados ou tristes. Sentimos coisas como raiva, vontade de revidar, de “torcer o pescoço” das pessoas, de gritar. Arghhh!!!!!

Mas se você quiser se tornar livre e dono da sua vida, terá que aprender a escolher como agir, de forma mais racional. Precisará aprender a respirar fundo, avaliar de fato a gravidade do ocorrido, perguntar se de fato acredita que aquela pessoa teve aquela atitude com a intenção de ferir você. Na maioria das vezes descobrirá que não foi esse o caso.

A vida, com suas provocações diárias, é um prato cheio para nos enlouquecer, acredite. Se quisermos podemos encontrar diariamente vários motivos altamente justificáveis para perder a cabeça, agredir as pessoas, mergulhar na irritação, reclamar da vida e brigar. Podemos, sem muito esforço, tornar nossas vidas (e a de quem nos cerca) um verdadeiro inferno!

Mas será que vale a pena? Será que o chão da minha cozinha ou a capa do meu sofá valem mais do que a minha paz? Será que não sou capaz de escolher dar uma boa risada e perdoar a mim mesma por minha distração? E talvez, com o tempo e um pouco de prática, aprendendo a me perdoar, saberei um dia perdoar as pessoas e criar uma vida mais divertida e harmoniosa?

Estamos todos vivendo nesse lugar que é muitas vezes infernal, é verdade. Mas, com um pouco de bom humor, podemos diminuir em muito o estresse, as brigas, as reclamações, as discussões.
Não estou dizendo que seja fácil, mas essa é uma habilidade que podemos desenvolver, como qualquer outra. Que tal começar agora mesmo? Espere pela próxima oportunidade (não deve demorar) e faça o seu melhor para “escolher agir” de forma diferente.

Eu lhe garanto, com um pouco de consciência e muito treino, sua vida pode ser muito mais leve e divertida do que tem sido.

 

[Patricia Gebrim]

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Ligações perigosas: do ovário às artérias

Mulheres que sofrem com os cistos ovarianos devem ficar atentas também à pressão arterial. Descubra por quê

Pele muito oleosa, dificuldades para engravidar e quilos a mais na balança. Pelo menos 10% das mulheres se identificaram com algum desses sintomas. Esse é o número estimado de portadoras da síndrome do ovário policístico, ou SOP, segundo César Eduardo Fernandes, presidente da Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo. Como se não fosse suficiente, agora há mais um motivo para esse contingente feminino se preocupar: a hipertensão.
A consultora de comunicação Thuane Paiva, 27 anos, conhece bem essa história. Diagnosticada com a SOP aos 16 anos, ela descobriu a pressão alta por acaso, em exames de rotina realizados em 2010. "Com exceção de pontinhos pretos que transitavam na frente dos meus olhos e que eu associava ao astigmatismo, nunca percebi nenhum outro sintoma da doença", relata Thuane. Hoje, ela toma medicamentos, faz exercícios físicos, controla a alimentação e mede a pressão uma vez por semana.
O caso de Thuane não é o único em que a hipertensão está associada à SOP. Um estudo realizado pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte comprovou essa ligação. Os pesquisadores compararam 355 mulheres com mesmo peso e idade, sendo que metade delas tinha a síndrome. Eles descobriram que 18,6% das participantes com o problema apresentavam alterações na pressão. Nas outras voluntárias, a incidência caiu para 9,9%.
O excesso de peso que às vezes acomete quem tem os cistos no ovário já foi genericamente apontado como responsável por esse elo. Mas agora os especialistas investem em pesquisas para desvendar o que de fato está por trás da relação entre os dois distúrbios. Uma das hipóteses mais bem-aceitas pelos médicos é a da resistência à insulina, quando esse hormônio não consegue botar o açúcar dentro das células.
Conhecida por ser uma das causas do diabete tipo 2, nas mulheres a disfunção também pode explicar a SOP. "Durante a puberdade, o organismo passa a secretar mais hormônio do crescimento. E ele é um antagônico da insulina, criando uma reação de resistência", explica Ricardo Meirelles, presidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia. Esse fenômeno costuma durar até o fim da puberdade, mas nem sempre é assim.
Por razões não esclarecidas, algumas mulheres adultas continuam com a resistência à insulina típica da adolescência. E é aí que mora o perigo para o ovário: a glândula não resiste à ação do hormônio. Logo, todo o excedente que é produzido entra sem dificuldades ali e desregula o seu funcionamento, causando a síndrome. Essa combinação explosiva ajuda a explicar a relação entre a SOP e a hipertensão.
Um novo estudo está aprofundando ainda mais a busca pelos culpados por essa conexão. Pesquisadores da Unidade de Endocrinologia Ginecológica do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, investigam pela primeira vez um dos genes da aromatase, a enzima que transforma os andrógenos — hormônios masculinos que também existem no corpo da mulher — em estrógenos, que, entre outras funções, controlam o ciclo menstrual. A pesquisa revela que nas portadoras da SOP com pressão alta o tal gene é muito mais ativo. Parece complexo, mas essa pode ser a chave para entender esse elo surpreendente.
O tratamento
Mesmo que a refém da síndrome não seja hipertensa, é importante ficar de olho. Não basta se submeter ao ultrassom, que é utilizado pelos ginecologistas para monitorar o desenvolvimento dos cistos. "É preciso também fazer exames clínicos periodicamente com outros especialistas, como o cardiologista", recomenda Priscilla Cukier, endocrinologista do Hospital Santa Catarina, em São Paulo. Nessa lista, entram testes para avaliar os níveis de glicose e colesterol no sangue. "Nas adolescentes, usamos medidas preventivas, como alimentação equilibrada e exercícios físicos. Para as adultas, indicamos remédios que controlam a ação da insulina", explica César Eduardo Fernandes. Assim, a pressão e os ovários entram nos eixos.
Hormônios versus pressão
Por trás da síndrome do ovário policístico, muitas vezes está a resistência à insulina. Por causa dela, os níveis de glicose vão às alturas e até os próprios ovários são prejudicados
1) A formação da resistina
Em quem apresenta a resistência à insulina, os adipócitos, as células de gordura, fabricam espontaneamente uma substância chamada resistina, que gruda ao redor de outras células, impedindo a entrada da insulina. Quanto mais tecido adiposo, mais resistina é produzida.
2) O que acontece com a glicose
A insulina é produzida normalmente pelo pâncreas. No entanto, devido à barreira criada pela resistina, esse hormônio não consegue botar a glicose para dentro das células. Daí, o açúcar passa a se acumular na corrente sanguínea.
3) Pâncreas a mil
Diante de tamanha enxurrada de açúcar no sangue, o pâncreas entende que não está dando conta do recado. Por isso, começa a secretar doses cavalares de insulina. E o excesso de glicose que fica dando sopa na circulação vai parar no tecido adiposo.
4) Insulina no ovário
Diferentemente dos demais tecidos, no ovário a insulina entra sem resistência. Como o pâncreas aumentou sua fabricação, uma alta dosagem do hormônio adentra a glândula.

5) Crise hormonal
O excesso de insulina deixa o ovário alterado. Ele passa a produzir mais andrógenos, hormônios masculinos, do que estrógenos, hormônios femininos.

6) Cistos
A falta de estrógeno é um problema. Como o ovário continua recebendo FSH e LH — dois hormônios que estimulam a liberação do óvulo —, surgem os cistos porque não há hormônio feminino suficiente para regular o processo.
7) Aumento da gordura
Já a glicose em demasia financia a expansão do tecido adiposo. Ele, por sua vez, libera substâncias inflamatórias nas artérias, como o fator de necrose tumoral, o TNF-alfa.
8) Inflamação nas artérias
A insulina que sobrou no sangue entra em conflito com a tal TNF-alfa. Começa, então, um processo inflamatório que derruba os níveis de óxido nítrico, molécula responsável pela elasticidade arterial.
9) Aumenta a pressão
Menos elástica, a artéria enrijece e, para completar, o acúmulo de glicose forma uma placa de gordura. Aos poucos, há cada vez menos espaço para o sangue passar. Ele empurra as paredes dos vasos com força: sobe a pressão.
Os sintomas
A menstruação é uma das grandes delatoras da SOP: ela não acontece ou fica bem desregulada. Além disso, os problemas causados pelo excesso de andrógenos, como acne, pele muito oleosa, pelos faciais e calvície, denunciam a síndrome. Outro fator é o ganho acelerado de peso.

Outros males da SOP
O mais sério deles é a infertilidade: 75% das portadoras da SOP não conseguem engravidar sem tratamento. Isso por causa da dificuldade do corpo de produzir estrógenos. A resistência à insulina também favorece o aparecimento do diabete tipo 2 e de problemas cardiovasculares como o derrame. Sem contar a obesidade.

[Hilda Sabino]

Cardápio contra a ansiedade

Viver agitado e com um emaranhado de preocupações na cabeça não só prejudica o humor como faz o ponteiro da balança disparar. Por isso, dê um tempo e invista em nutrientes pró-calmaria

Pense em quantas vezes você desejou que o dia tivesse 48 horas para cumprir todas as tarefas e, ante a impossibilidade de esse milagre acontecer, passou o tempo todo correndo de um lado para o outro. Foram muitas, certo? Pois saiba que a tensão constante causa alterações no humor e, acredite, no peso.
"A ansiedade nas alturas contribui para a produção de cortisol, um hormônio associado ao acúmulo de gordura no abdômen", conta Fabiana Honda, nutricionista da PB Consultoria em Nutrição, na capital paulista. Uma maneira consagrada de apagar o pavio desse estresse é fazer exercícios. Mas não é a única.
"Há estudos que apontam a relação entre certos nutrientes com uma menor agitação", diz Ana Paula Fioreti, coordenadora do curso de nutrição da Universidade São Francisco, em Bragança Paulista, no interior do estado. Um desses trabalhos foi publicado recentemente pela Universidade do Estado de Ohio, nos Estados Unidos. Nele, os jovens que receberam suplementação de ômega-3 apresentaram uma redução de 20% nos níveis de ansiedade quando comparados a quem consumiu cápsulas inócuas.
"A dieta exerce um papel importante no controle dos ânimos", reconhece o médico Walmir Coutinho, da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia. "Mas nenhum alimento é mágico."
Patrícia Spada, psicanalista e doutoranda em nutrição na Universidade Federal de São Paulo, concorda: "O tratamento é multidisciplinar". Ressalvas feitas, confira, nas próximas páginas, nutrientes que deixam tanto o cardápio quanto a sua mente mais equilibrados.

Ômega-3
Para os pesquisadores da Universidade do Estado de Ohio, a suplementação com essa gordura benéfica brecaria a ansiedade ao reduzir a concentração de citocinas, substâncias consideradas pró-inflamatórias. A nutricionista Fabiana Honda informa outro possível mecanismo: "Os ômegas 3 e 6 facilitam a atuação de neurotransmissores como a serotonina, que cria a sensação de bem-estar".
Fontes: linhaça, óleos vegetais, azeite de oliva e peixes de água fria, como atum, sardinha e salmão

Triptofano
Esse aminoácido essencial é precursor da tal serotonina. "Pessoas com concentrações normais da substância têm menos episódios de ansiedade", afirma Priscila Meirelles, nutricionista funcional de Pelotas, no interior gaúcho. Aposte também em carboidratos complexos, como os cereais integrais, que estabilizam os níveis de insulina. É que esse hormônio, responsável por botar o açúcar para dentro das células, deixa o triptofano mais disponível no sangue.
Fontes: banana, leite, arroz integral, soja, feijão, chocolate amargo, peixe, aves, carne bovina, manga e abóbora

Magnésio
Segundo Fabiana, a enzima que converte o triptofano em serotonina é dependente desse mineral e, daí, sua presença ajuda a acalmar os nervos. "Além disso, o magnésio bloqueia um receptor chamado NMDA, que causa uma excitação exagerada no cérebro. A consequência são sintomas como irritação, ansiedade e estresse", conta Ana Paula Fioreti, da Universidade São Francisco.
Fontes: cereais e grãos integrais, abacate, nozes, castanhas, amêndoas e vegetais folhosos
Vitamina C
"Estudos com cobaias mostram que ela ajuda a reduzir a produção de cortisol, hormônio do estresse", conta Fabiana Honda. E esse não é seu único trunfo: ela combate os radicais livres, moléculas nocivas que fazem a festa em momentos de tensão.
Fontes: acerola, limão, laranja, morango, caju, brócolis e rúcula
Arginina e lisina
Pesquisas indicam que combinar esses dois aminoácidos diminuiria a concentração de cortisol pelo corpo, garantindo uma baita tranquilidade. "A forma de ação, porém, ainda não é conhecida", avisa Fabiana Honda.
Fontes: cacau, nozes, castanha de caju e semente de girassol
Cálcio
Entre suas tarefas estão administrar a transmissão de impulsos nervosos e, junto com o magnésio, gerenciar a contração muscular. A ausência do mineral, afirma Ana Paula Fioreti, é capaz de gerar uma senhora agitação. Fontes: leite e derivados, vegetais verde-escuros, salmão e gergelim
Fontes: leite e derivados, vegetais verde-escuros, salmão e gergelim
Complexo B
Todas as vitaminas desse grupo mantêm o corpo em ordem. Mas, de acordo com Priscila Meirelles, a B6 e o ácido fólico são essenciais para a formação do neurotransmissor serotonina. "Sem essa dupla do complexo B somada ao triptofano e ao magnésio, ele não é criado."
Fontes: feijões, lentilha, grão-de-bico, cereais integrais, aspargos e couve
Sossego pós-malhação
De acordo com Felipe Schuch, educador físico e doutorando em psiquiatria na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, a UFRGS, as evidencias levam a crer que os exercícios acalmam os nervos porque estimulam a liberação de uma substancia chamada endorfina. "Até agora as atividades aeróbicas, como corrida, pedalada e natação, mostraram.se mais eficientes nesse sentido", completa. Mas para a sessão de descarrego funcionar mesmo e preciso escolher o horário do treino com cautela. Afinal, malhar a noite pode atrapalhar o sono de muita gente e tornar o dia seguinte um verdadeiro pesadelo.

[Thaís Manarini]

Esvazie os perigosos pneus da barriga

Mais doenças estão sendo associadas à gordura abdominal. Cuide-se e fique bem longe delas

Alguns problemas que a gordura abdominal provoca, como aterosclerose, colesterol e triglicérides altos, hipertensão arterial e até diabete tipo 2, já são velhos conhecidos da população. Por isso, tem muita gente hoje em dia mais preocupada com a medida da circunferência da barriga do que com o ponteiro da balança. Com toda razão. "É uma gordura metabolicamente ativa, que produz substâncias com alto poder inflamatório", explica a nutricionista Mariana Del Bosco, da Abeso, Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica.

E olha que poucos sabem que esse é apenas o começo da lista de encrencas que a protuberância pode causar à saúde. O rol de doenças ligadas à barriga sobressalente só aumenta. A preocupação agora se volta também para o risco de câncer. Estudos recentes mostram que a gordura concentrada no abdômen aumenta a probabilidade de um tumor aparecer. Isso porque, nessa região, ela fabrica doses elevadas de hormônios como estrogênio e testosterona, que, em excesso na circulação, favorecem a chegada e a evolução do mal. Aliado a isso, a substância que recheia a cintura avantajada provoca inflamações pelo corpo. E isso pode modificar o DNA das células, tornando-as malignas.

A memória também sofre quando o ponteiro da balança dispara. É que, como a gordura em demasia acaba entupindo as artérias, o fluxo de sangue, com oxigênio e nutrientes, até o cérebro fica reduzido e os lapsos vão se tornando comuns. O volume extra na barriga também é responsável pelo aparecimento de um problema articular extremamente dolorido, a gota. Essa sobrecarga toda contribui para o desenvolvimento da resistência à insulina, o hormônio que bota o açúcar para dentro das células. Daí, um composto chamado de ácido úrico fica sobrando no sangue. O tal do ácido pode se cristalizar nas articulações, gerando um quadro extremamente doloroso.
Mas os suplícios articulares não param aqui. Os portadores de artrite reumatoide que lutam para fechar o zíper da calça são outras vítimas da gordura central, como preferem os especialistas. Essa doença autoimune, responsável pela inflamação constante das juntas, tem origem desconhecida. Mas é fato que os pneus pioram bastante o quadro, por liberarem adipocinas, substâncias com alto poder inflamatório.

O ideal, então, é ficar sempre de olho nas medidas da cintura. Para os homens, 94 centímetros ou mais de circunferência indicam que os perigos por trás da barriga têm maior possibilidade de ocorrer. Acima de 102 centímetros, essa ameaça está batendo à porta de seu proprietário. Para as mulheres, os valores são 80 e 88 centímetros, respectivamente.

Fuja dessa roubada

O primeiro passo para se manter fora dessa zona perigosa é o famoso balanço energético, que nada mais é do que não ingerir mais calorias do que se gasta. "Controlar bem o consumo de carboidratos refinados, como o dos doces e do arroz branco, que têm digestão rápida, é uma das estratégias que pode ser usada no controle dessa gordura", diz Mariana Del Bosco. Segundo ela, em contrapartida, é importante aumentar a oferta de carboidratos e grãos integrais, que demoram mais para serem processados pelo organismo. Isso turbina o gasto calórico.

"É bom também priorizar as proteínas magras, encontradas em aves e peixes, e evitar exageros na gordura saturada, presente no leite integral e nos cortes gordos da carne vermelha, porque ela estimula a produção de insulina", recomenda.

E, óbvio, a atividade física é imprescindível para escapar dessa engorda localizada. "O ponto principal é gerar um débito energético para eliminar os depósitos de gordura", diz Carlos Klein, professor de educação física e personal trainer de São Paulo. "Não adianta pensar que alguns abdominais todos os dias vão queimar esse excesso. A gordura visceral é resultado do estilo de vida de cada um. Atividade física e alimentação saudável são, juntas, o melhor jeito de acabar com ela", afirma Klein.

Um estudo feito pelo fisiologista Cris Slentz, da Universidade de Duke, nos Estados Unidos, mostra que o melhor tipo de exercício para secar a barriga é o aeróbico, como a corrida e a caminhada. O treino de resistência muscular é ótimo para aumentar a força e ganhar músculos, mas pedalar, por exemplo, é melhor porque torra mais calorias. Carlos Klein atesta esse resultado: "Com os exercícios cardiovasculares, a gordura vai ser consumida como um todo", conclui.

 

[Marcia Melsohn]