sábado, 29 de outubro de 2011

Lipoproteína A

A Lp(a) é uma macromolécula formada por um núcleo com semelhança química à c-LDL, esta lipoproteína é ligada por pontes de dissulfeto a uma cadeia de aminoácidos idênticos aos do plasminogênio. Esta característica confere à Lp(a) ação trombogênica por competir com sítios de ligação do plasminogênio. Concentração de Lp(a) acima de 30mg/dl é considerada fator de risco para trombose. Vários estudos epidemiológicos têm demonstrado associação entre hiperlipoproteinemia (a) e doenças cardiovasculares (infarto do miocárdio e doença cerebrovascular). Os mecanismos pelos quais a Lp(a) promove os processos aterotrombóticos são (figura 19):

  • a Lp(a) liga-se à fibronectina (presente nas lesões ateromatosas) e glicosaminoglicanos da parede arterial;
  • a Lp(a) move-se através do endotélio até a íntima;
  • a Lp(a) pode ser oxidada in vitro e formar células espumosas;
  • indução da proliferação de SMC;

A própria resposta inflamatória pode produzir um profundo efeito no movimento de lipoproteínas na artéria. Especificamente, mediadores da inflamação como TNF-a , IL-1 e M-CSF aumentam a ligação de LDL ao endotélio e SMC e aumentam a transcrição de gene para receptor de LDL. Depois de se ligarem aos receptores removedores in vitro, a LDL modificada dá início a uma rede de eventos intracelulares, que incluem a indução de uroquinase e citocinas inflamatória como IL-1. Assim, um círculo vicioso de inflamação e modificação de lipoproteínas é formado. (ROSS,1998).

Mecanismo de aterogênese e envolvimento das Lp apo B. As lipoproteínas aterogênicas contendo apo B, LDL, beta VLDL e Lp(a) podem ativar uma disfunção do endotélio vascular. Quando as lipoproteínas contendo apo B penetram na parede do vaso, elas podem ser oxidadas e capturadas por macrófagos que podem ser transformados em células espumosas. As células endoteliais e espumosas secretam fatores de crescimento que estimulam a proliferação e migração das células musculares lisas, resultando na formação da lesão aterosclerótica. Na superfície da célula endotelial, a apolipoproteína(a) componente da Lp(a) que é homóloga ao plasminogênio pode interferir com a conversão de plasminogênio em plasmina. Com a produção diminuída de plasmina diminui a ação trombolítica promovendo a formação de trombos. A HDL pode remover o colesterol dos macrófagos e transportá-los de volta para o fígado e também pode inibir a oxidação de LDL tendo assim um efeito antiaterogênico (Modificado de KWITEROVICH, 2000).

Diversas doenças e estados metabólicos podem aumentar a taxa de Lp(a) como diabetes melito, nefropatias, hipercolesterolemia, hipertrigliceridemia, gestação, climatério etc. A terapia de reposição hormonal protege contra a elevação da Lp(a). Das drogas hipolipemiantes parece que apenas a niacina e o bezafibrato são eficazes em seu tratamento (OLIVEIRA & SILVA, 1999).

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