quinta-feira, 30 de junho de 2011

Seu ciúme é obsessivo? Descubra e saiba como sair dessa

Um pouco de ciúmes tempera a relação. Mas, ao chegar na obsessão, o sentimento só faz mal para quem sente e quem convive com ele

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A secretária Ana Paula A., 37 anos, estava casada com o empresário Carlos A. há três anos quando, motivada por excesso de ciúme, teve o seu pior surto. Depois de muitas brigas e discussões sem fundamentos, ela perdeu o controle de vez quando o marido chegou muito tarde do trabalho. “O celular dele estava desligado e logo comecei a imaginar besteiras. Rasguei todas as roupas dele, destruí livros, quebrei as bebidas que ele guardava no bar. Parecia que estava tomada por algo maior que eu. Não me reconheci”, conta ela. O casamento? Terminou, claro.

Essa paranoia geralmente aparece quando a pessoa sente que um rival (real ou imaginário) passa a receber as atenções da pessoa amada. E aí, qualquer motivo simples pode ser o estopim para um descontrole. “O ciúme está relacionado com fantasias negativas, o que pode gerar certo nível de paranoia”, explica o psicólogo e especialista em sexualidade humana Paulo Bonança.

Até o limite

A vendedora Regina*, 32 anos, precisou chegar ao limite extremo para procurar ajuda. Sentada com o namorado em um bar na Zona Leste de São Paulo, ela se descontrolou quando, após voltar do banheiro, encontrou o namorado conversando com uma vizinha do bairro. “Não lembro direito o que aconteceu. Minha vista escureceu e só percebi o que fiz depois que o nervosismo passou. Agredi violentamente a mulher, feito um bicho. Eu já era extremamente ciumenta. Com a bebida, tudo ficou pior”. A vendedora deu duas facadas que, por sorte, não atingiram a vítima fatalmente. A pena foi de cinco anos de prisão e toda uma vida de culpa.

“O ciúme pode mostrar sua face horrenda, pode irromper a fúria e os conflitos se tornam praticamente inevitáveis”, explicam os psicólogos Masters e Jonhson, autores do livro Relacionamento Amoroso (Ed. Nova Fronteira). E saber o que leva a essa demonstração horrível e doentia é o primeiro passo para procurar ajuda.

Por ser infiel e extremamente insegura, a dentista Rosa Maria, 28 anos, projetou a sua vida na relação que mantinha com o médico Luís Souza, 33 anos. Diante dos seus pulinhos extraconjugais e suas encanações pessoais, Rosa passou a ter ciúme de todas as ações do namorado. Reclamava de falta de atenção, não permitia saídas com os amigos e controlava emails e a agenda do celular.

“O estopim foi quando, completamente descontrolada, proibi que ele saísse de casa para trabalhar. Retalhei os pneus do carro num acesso de fúria e ainda contratei um detetive para me manter informada de cada passo. A nossa relação terminou após esses episódios, durante uma discussão marcada por muita violência física”, relembra ela.

É doença?

O histórico de cada um e os anseios pessoais são excelentes mapas para diagnosticar a origem do ciúme patológico. “Pode ser que ele surja devido à insegurança, baixa autoestima, imaturidade emocional ou outros aspectos emocionais relacionados à história afetiva de um ou ambos os sujeitos da relação” , explica Paulo Bonança. “Depois, pode surgir pelo medo do abandono, da solidão, da sensação de perda emocional, de controle, da forma como o casal construiu seu espaço de intimidade e diálogo e, sobretudo, a forma como o casal enfrenta suas dificuldades”, completa.

Quem é o alvo desses destemperos emocionais também sofre com os ataques. Mas nem sempre consegue segurar a barra em tempo de salvar a relação e a vida de cada um. Depois de ver a mãe ser agredida pela ex-mulher, o feirante João Ramalho, 34 anos, não teve mais forças para ajudar a esposa.

“Presenciei cenas horríveis da minha mulher. Em casa, no meu trabalho, na frente dos amigos. Percebi que ela precisava de ajuda e tentei até o meu limite. Até o dia em que ela agrediu minha mãe fisicamente por achar que ela encobria alguma coisa minha. Foi muito triste pra mim, porque eu amava muito aquela mulher”, desabafa o feirante.

O antídoto

O processo de melhora não é fácil e geralmente precisa de acompanhamento profissional. A auto-avaliação emocional é super importante, mas nem sempre há coragem de fazê-la. “Pode se instalar o desejo de mudar para não perder a pessoa amada e, por outro lado, pode se instalar o medo de analisar, de se olhar, de deixar a superficialidade da “flor da pele” e buscar afetos, sentimentos e emoções mais profundos, de trabalhar as causas e não somente os efeitos”, explica o psicólogo.

Mulheres que amam demais

Para dar uma força e ajudar a se descobrir é que grupos como o MADA (www.grupomada.com.br) (Mulheres que Amam Demais) recebem com frequência casos de mulheres que se descontrolam por ciúmes. Lá, provavelmente alguém falará de alguma situação que se assemelhe à sua.

Mesmo que não encontre ninguém nas mesmas condições, você poderá se identificar com a forma com que muitas das mulheres sentem os efeitos que a dependência de pessoas produz em suas vidas.

Se você acha que tem um problema, invista em si mesma e tenha coragem para resolvê-lo, com ou sem ajuda. “Acredito sempre na capacidade que as pessoas têm de crescer, de aprender de seus atos, palavras e sentimentos, mesmo que seja um processo difícil” conta Paulo.


[Glycia Emrich] |

Aprenda a controlar o ciúme

Há quem diga que um pouquinho de ciúme não faz mal a ninguém. Alguns até afirmam que ele apimenta um relacionamento. O problema é quando o "pouquinho" perde a medida e vira uma rotina no namoro, casamento, família e até mesmo nas amizades, fazendo com que as pessoas envolvidas sofram por causa disso.

Segundo Patrícia Ruschel Daudt, psicóloga clínica e terapeuta familiar, até certo ponto o ciúme é encarado como o "zelo do amor". "De alguma forma, o ciúme reafirma o desejo e a admiração pelo outro, mas quando ele acontece com muita freqüência e intensidade é sinal de que as coisas não vão bem com a própria pessoa ciumenta", afirma Patrícia.

"O ciúme deixa de ser aceitável e se torna patológico quando existe a ideia de posse", explica a psicóloga. "Neste tipo de relação predomina a submissão e subjugação dos desejos do outro", acrescenta.

O escritor Ubiratan Rosa, autor do livro Mais Amor, Menos Ciúme, explica que o ciúme pode ser considerado um impulso egoístico, muitas vezes baseado em indícios imaginários, podendo chegar a uma intensidade capaz de conduzir crimes passionais.Para a psicóloga Kelen de Bernardi Pizol, é possível controlar o ciúme e só senti-lo em situações contextualizadas.

"A pessoa deve se pôr no lugar do outro e pensar em como se sentiria se fosse tratada com tanta desconfiança, para decidir se vale a pena ou não demonstrar o ciúme", declara Kelen.A estudante Kátia Yamamoto, 24 anos, conta que o amadurecimento a ajudou ter controle sobre seu ciúme. Segundo ela, em seu último relacionamento que durou 4 anos, seu ex-namorado só ficava bravo por causa do comportamento de obsessão e controle constantes.

"Com o passar do tempo vi que estava começando a irritá-lo e que se eu continuasse a me comportar daquela maneira iria acabar perdendo meu namorado", diz Kátia. "Coloquei na minha cabeça que se ele estava comigo era porque me amava, e passei então a não ter ciúmes tão obsessivo", acrescenta.

A psicóloga Patrícia Daudt concorda que para aprender a lidar com o ciúme a primeira atitude que uma pessoa deve tomar é reconhecer que ele existe. "Não basta achar que é uma percepção só da outra pessoa envolvida. É preciso que a própria pessoa analise seu comportamento e se for o caso até mesmo busque ajuda profissional", declara.

De acordo com a designer Gabriela Simões, 24 anos, muitas vezes a pessoa não tem do que ter ciúmes mas, procura tanto, que acaba encontrando uma razão. "Uma vez, de tanto fuçar nas coisas do meu namorado, achei uma mensagem de uma menina para ele, que para mim, era um absurdo. Liguei para ele na mesma hora e brigamos muito. Só depois fui ver que a mensagem tinha sido antes da gente começar a namorar", conta.

Para Ubiratan Rosa, "vencer o ciúme", "curar o ciúme", são forças de expressão. Segundo ele, o possível é a convivência inteligente com o ciúme e, para isso, a pessoa precisa ter boa vontade e criar estratégias para tentar aliviar os tormentos do zelo excessivo.

"É necessário um empenho contínuo no processo de autoconhecimento e transformação moral (do latim morale, étimo mores, 'hábitos', 'costumes'), empenho esse que não dispensa o concurso da psicologia, e, não raro, da religião", enfatiza Rosa.
"Caso o ciúme esteja fora de controle, prejudicando o relacionamento ou trazendo sofrimento e a pessoa tentou lidar com isso outras vezes, mas não obteve êxito, a psicoterapia é indicada e, no caso do ciúmes patológico, também medicação", acrescenta a psicóloga Kelen de Bernardi Pizol.

Atitudes que podem ajudar no controle do ciúme:

- Admitir que não está conseguindo ter controle sobre suas emoções
- Buscar ajuda de uma opinião imparcial no relacionamento, geralmente uma ajuda profissional
- Manter o diálogo sempre presente na relação
- Ter a capacidade de se colocar no lugar do outro
- Respeitar os sentimentos e as diferenças do outro
- Ter auto-estima e não depender de uma outra pessoa para ter sua própria felicidade
- Ter a confiança como base de um relacionamento


Serviço:

Grupo MADA - Mulheres Que Amam Demais Anônimas
http://www.grupomada.com.br

Kelen de Bernardi Pizol - psicólogawww.psicoterapiacognitiva.com.br

Patrícia Ruschel Daudt - psicóloga e terapeuta familiar
prdaudt@terra.com.br

Ubiratan Rosa - escritor
diretoria@abrigobezmenezes.org.br (escrever no assunto UBIRATAN ROSA, Livros)
Livro: Mais Amor, Menos Ciúme (São Paulo, 126 páginas) Autor: Ubiratan Rosa Editora: Matrix



Ciúme Patológico ou Síndrome de Otelo

As pessoas sentem ciúmes de pessoas e objetos e na imensa maioria esse ciúmes á absolutamente normal.

Mas algumas pessoas sofrem de um quadro clínico chamado Ciúme Patológico.

Essa pessoas fazem as coisas mais absurdas com sua vítimas (namorados, namoradas, noivos, noivas, maridos, mulheres, amantes):

  • Telefonam inúmeras vezes por dia e não aceitam que a pessoa não possa ou não queira atender sempre.

  • Implicam com roupas, decotes, make up, penteados, perfumes.

  • Interrogam sobre o passado muitas vezes para pegar contradições.

  • Contratam detetives.

  • Seguem.

  • Passam horas parados na porta da vítima para ver se surpreendem visitas secretas ou saídas não informadas.

  • Checam contas telefônicas.

  • Interrogam porteiros para saber se a pessoa saiu ou recebeu visitas.

  • Perguntam a mesma coisa muitas vezes e de várias maneiras para fazer a pessoa entrar em contradição.

  • Provocam horas e horas de debates e discussões sobre a quantidade de amor não retribuído que demonstram para a vítima.

  • Fazem juras de amor sem aceitar o quanto são egoístas.

  • Andam ao lado da pessoa na rua, observando para onde ela dirige o olhar.

  • Ameaçam, agridem, podem chegar a matar a vítima.

  • Ameaçam se suicidar.

Causas

  • Álcool

  • Drogas (principalmente Cocaína)

  • Anfetaminas ou anorexígenos (remédios para emagrecer)

  • Psicose (por exemplo Esquizofrenia)

  • Psicopatia (alguns Psicopatas, quando além da Psicopatia demonstram Ciúme Patológico, são extremamente perigosos)

  • Personalidades inseguras.

  • TOC (Transtorno Obsessivo Compulsivo).

  • Mas a maioria dos ciumentos patológicos são pessoas normais, sem nenhuma doença psicótica, sem drogas, sem álcool, sem Psicopatias. São simplesmente ciumentos. E a vida do marido, mulher, namorado, namorada é simplesmente um inferno.

Tratamento

  • Bom, primeiro precisa ver se o ciumento ao teu lado quer se tratar. A maioria não aceita que tenha nenhum problema.

  • Se ele (ou ela) não aceitar a necessidade de tratamento, prepare-se para viver num inferno.

  • Lembra do filme da Julia Roberts, Dormindo com o Inimigo ?

  • Ou da pobre Desdêmona, do filme Otelo (de Shakespeare), com Kenneth Brannagh ?

  • Caso aceite tratamento, é prudente duvidar se ele quer mesmo se tratar ou se está apenas ganhando tempo para o novo acesso de ciúmes.

  • Claro que se a causa do ciúme daquela pessoa é álcool ou drogas, é importante eliminar a causa.

  • Quando o ciumento quer mesmo se tratar, nem sempre somente psicoterapia ajuda.

  • Mesmo para os ciumentos "normais" (isto é, não psicóticos), dose baixas de neurolépticos podem ajudar muito.

Bebida diet e aspartame fazem as pessoas engordarem, diz estudo

Pense duas vezes se você consome refrigerante diet para manter a forma física. Um novo estudo americano apresentado durante uma conferência da Associação Americana de Diabetes diz que a bebida diet está associada ao ganho de peso.

A cintura de quem toma dois ou mais refrigerantes diet por dia pode aumentar seis vezes, se comparado com os não consumidores. O estudo que vem da Escola de Medicina da Universidade do Texas acompanhou 474 indivíduos durante dez anos.

A conclusão obtida é que quanto mais uma pessoa bebe refrigerante diet, mais ela engorda. A circunferência abdominal, cujo tamanho pode indicar a propensão ou não a doenças cardíacas, também ficou 70% maior.

Uma outra pesquisa apresentada no mesmo evento médico afirma que o aspartame, presente como ingrediente de produtos diet e usado como adoçante, aumentou o nível de acúçar no sangue de camundongos com propensão a diabetes.

Estudos como esses mostram que o refrigerante diet e o aspartame não são tão bons para as saúde quanto a propaganda sugere.

Para a professora de epidemiologia clínica Helen Hazuda, que conduziu o estudo da Universidade do Texas, os consumidores deveriam ser alertados sobre os perigos à saúde ao ingerir esses produtos.


[Folha.com]

Usar maconha antes dos 15 anos reduz memória em até 30%

O uso de maconha antes dos 15 anos --quando o cérebro ainda está em processo de amadurecimento- prejudica a capacidade de recuperar as informações, reduzindo a memória dos usuários em até 30%.

Os danos são proporcionais à quantidade de droga usada: quanto mais se fuma, maiores são os estragos. E eles persistem mesmo se houver um período de abstinência de um mês.

Os resultados são de uma pesquisa da Universidade Federal de São Paulo apresentada no 7º Congresso Anual de Cérebro, Comportamento e Emoções, em Gramado (RS).

"Os usuários precoces têm resultados significativamente inferiores também em outras áreas, como a capacidade de controlar seus impulsos", diz a neuropsicóloga Maria Alice Fontes, uma das autoras do trabalho.

Se o uso se inicia após os 15 anos, no entanto, as chances de prejuízo nessas funções diminui.

"Não é que seja o consumo da maconha fique seguro, longe disso. Mas ele se torna menos nocivo, porque o cérebro já passou dessa etapa de desenvolvimento", afirmou a pesquisadora.

O estudo foi publicado na última edição do "The British Journal of Psychiatry".


[GIULIANA MIRANDA - Folha.com]

Neurocientista explica por que o amor é cego

No recém-lançado "Sobre Neurônios, Cérebros e Pessoas" (Atheneu), o médico e neurocientista carioca Roberto Lent, 62, fala sobre descobertas da neurociência em uma língua que todo mundo entende. Nesta entrevista à Folha, ele explica como a desativação de certas partes do cérebro comprovam que o amor é cego e o ser apaixonado, louco.
Folha - O que é o amor do ponto de vista da neurociência?

Roberto Lent - É uma invasão de dopamina que ativa os centros de recompensa do cérebro e produz prazer.

Então age como uma droga?

O mecanismo [no cérebro] é parecido, mas não é igual.

Qual a diferença?

Para cada tipo de prazer, as reações corporais e mentais são diferentes em quantidade e em qualidade.

Quais são as reações ativadas pelo amor?

Do arrepio ao orgasmo, passando pelos intermediários. Você pode corar, suar, ofegar, o coração bate mais rápido. E você exerce os comportamentos de cortejar, se exibe para a pessoa amada.

Essas reações também acontecem quando você está com medo. Significa que ativamos os mesmos circuitos do amor?

Não sabemos com precisão, mas, como são muitas combinações [de circuitos cerebrais], um certo arranjo significa amor, outro medo. Segundo o pesquisador português Antônio Damásio, cada emoção tem uma combinação do que ele chama de marcadores somáticos. Quando você tem de novo a exata combinação, produz o mesmo sentimento. No caso do amor, fica marcada em seu cérebro uma combinação de circuitos e reações que é ativada quando você encontra a pessoa amada, vê uma foto dela ou apenas pensa nela.

É possível saber qual é essa combinação do amor?

Com estudos usando ressonância magnética funcional, que mostra imagens do cérebro em atividade, conseguimos fazer uma espécie de mapa de regiões que são ativadas em situações relacionadas ao amor.



Qual é o mapa da mina?As principais regiões ativadas são a ínsula e o núcleo acumbente. Mas a grande descoberta foi que, ao mesmo tempo em que há ativação dessas regiões, outras áreas são desativadas no lobo frontal do cérebro.

As regiões frontais são associadas ao raciocínio, à busca das ações mais adequadas. Desativar essas regiões significa perder o controle. Na paixão, a pessoa deixa de levar em conta certas contingências sociais e faz coisas meio malucas. A expressão "o amor é cego" reflete a percepção dessa desativação do lobo frontal descoberta pela ciência.

As condições culturais podem modificar esses circuitos?

Não creio. Os circuitos são os mesmos, mas as regras mudam. Mas não temos resposta para isso.

Há diferença entre os circuitos do amor e do desejo sexual?

Cada pergunta difícil que você faz... Existe uma sobreposição entre o mapa cerebral da paixão e o do sexo. Mas, como nossa experiência diz que uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa, certamente existem diferenças entre esses dois mapas.

Somos programados para amar?

Sem dúvida. Animais são programados para reproduzir, mas não podemos dizer que se amam. No nosso caso, há um ingrediente a mais, que é a experiência subjetiva. A função do amor é aproximar pessoas, inclusive aproximações improváveis: como o amor é cego, você pode amar pessoas que normalmente são rejeitadas por outros. Sempre haverá um certo alguém para outro alguém. Sim, significa que mais pessoas vão se juntar. Já pensou se só se aproximassem entre si pessoas loiras de olhos azuis? Seria desfavorável e desagradável para a espécie.


[IARA BIDERMAN - Globo.com]















Por que quando estou bem com o amante, fico bem com o marido?

Traio marido com um homem casado sem motivos.

Quando estou bem com o amante, com meu marido é uma festa,

mas quando não..., fico chata que nem me suporto...


"Ninguém é obrigado a continuar casado com ninguém.

Para perenizar uma vida conjugal prazerosa, é preciso

que cada um saiba cuidar do lugar que ocupa na relação

a dois"



Resposta: A sua situação é a seguinte: ou você está bem com o marido ou não está! Então sugiro que você comece por procurar se lembrar de como foi o caminho até chegar ao seu casamento.

Por exemplo: o que significava para você assumir esse compromisso em sua vida? O que você prospectava para uma relação de entusiasmo entre um homem e uma mulher após o casamento?


Vejamos: a vida a dois é coisa para gente grande! Requer disposição de ambas as partes para alimentar o desejo contínuo de proximidade.


No mundo adulto as pessoas festejam, vivem prazeres, se divertem, fazem sexo, mas também precisam ter noções de responsabilidade, de consequências e de onde pretendem chegar com tudo o que fazem. Assim sendo, não é que quando você está bem com o amante com o marido é uma festa, como você diz. É que, apesar de você não saber nem o motivo pelo qual trai o seu marido, você tornou o seu amante o motivo da sua vida!


Logo, você tem que lembrar que, além de ser amante de um homem casado, você é esposa, tem um marido, deve ter vários compromissos (sociais e familiares), e precisa refletir o que pretende para a sua vida daqui para frente.


Acredite: ninguém é obrigado a continuar casado com ninguém. Para perenizar uma vida conjugal prazerosa, é preciso que cada um saiba cuidar do lugar que ocupa na relação a dois. Também é preciso saber manter a admiração e o respeito mútuos no compromisso que ambos escolheram assumir um com outro na vida. Caso encontre dificuldade de descobrir sozinha os porquês da traição e que caminho quer seguir daqui para frente, vale procurar ajuda especializada.


[por Margareth dos Reis]

Traição virtual é uma traição? Para especialista, tudo depende do sentimento envolvido

Ser infiel no mundo virtual é o mesmo que trair uma pessoa no mundo real? Para muitos, ‘traição é traição’, não importa onde ou como. “Apesar de não acontecer nada fisicamente, existe a mesma intenção de quem está traindo”, afirma a designer Lígia Aliberte. Mas há aqueles que pensam diferente: “Se tem a intenção de se encontrar, é traição, mas às vezes no virtual é uma coisa fictícia que nunca vai acontecer”, diz Raine Kimberly, assessora de eventos.


Ambas foram ouvidas pela reportagem do BOL, que foi às ruas de São Paulo saber qual a opinião das pessoas sobre a traição virtual (veja o vídeo ao lado). Para o médico psiquiatra Flávio Gikovate, o que denuncia a gravidade de um caso extraconjugal, seja real ou virtual, é o nível de intimidade que se atinge. “Atração física virtual, só pelo prazer, não tem significado algum. É como uma masturbação qualquer, assistindo a um vídeo na internet. Não existe ameaça alguma para o parceiro, pois esse tipo de intimidade sempre existiu e continuará existindo”, afirma Gikovate, que atualmente é apresentador da série “Traidores”, do canal de TV pago “Discovery Home & Health”. Para Gikovate, o contato físico não diz nada sobre a profundidade do relacionamento entre as pessoas envolvidas em um caso.


Ainda assim, o amante virtual não passa de uma figura imaginativa; muitas vezes um encontro real com a pessoa acaba com a expectativa criada no mundo virtual. “Há muita interferência subjetiva no relacionamento. Uma moça alta, quando acionava a webcam, escondia a sua estatura conversando sentada. Quando se desnudava, mostrava apenas os seios para o parceiro. Ao se encontrarem ele teve um grande susto, pois era baixo. No tempo virtual, ele a via ‘pequena’, devido à posição sentada”, relata o psicoterapeuta e sexólogo Joaquim Motta, colaborador do site Metade Ideal, parceiro do Bol Namoro.


Já Flávio Gikovate acredita que mesmo sem nunca haver o contato físico é possível criar uma conexão profunda e sentimental pela pessoa do outro lado da tela do computador. Gikovate explica que há pessoas com mais dificuldade de se relacionar no mundo real, mas encontram na internet uma forma “segura" de iniciar uma relação.


O psiquiatra divide, de uma forma geral, todas as pessoas em dois grupos: dos “egoístas” e dos “generosos”. Os integrantes do primeiro tipo são mais extrovertidos, conseguem lidar melhor com outras pessoas, mas têm grande dificuldade de lidar com frustrações. “Este tipo se preocupa menos com as outras pessoas e não costuma sentir remorso, com isso ele geralmente não encontra problemas para mentir e ‘aprontar’ no mundo real”, explica Gikovate.


Já o grupo dos “generosos” tem mais peso na consciência e gosta de dar amor, carinho e estar ao lado de alguém. Muitas vezes são mais tímidos e não seriam capazes de ter a “cara de pau” de contar uma mentira a fim de conquistar outra pessoa na “realidade”. “No mundo virtual, os generosos podem se sentir mais desinibidos. Realmente se escondem atrás de um personagem, e acreditam que não irão machucar nem a pessoa abordada na web, nem o parceiro do mundo real”, conta o especialista.

É justamente esse grupo mais carente emocionalmente que acaba se envolvendo mais a fundo no relacionamento virtual. “O fato de a pessoa gostar de ‘dar amor’ faz com que ela se envolva cada vez mais com os casos que começam na rede”, afirma Gikovate. Aos poucos, a ideia de saciar a necessidade afetiva de outra pessoa faz com que ela passe a ter laços sentimentais. “É nesse momento que não importa se o amante é virtual ou real. Quando se envolve o sentimento, a dor da outra pessoa sempre será muito maior”.


O sexólogo Joaquim Motta também considera que a preferência pela traição online, pode indicar uma fraqueza ou medo de procurar um envolvimento de verdade. Essa retração das pessoas as transforma em seres cada vez mais isolados.

Sexo virtual


“Na relação real, os pares vão ao encontro com todos os canais ativos, todos os órgãos dos sentidos participam. Os parceiros se ouvem, se tocam, se saboreiam, se olham, se cheiram. Na virtual, temos uma masturbação sofisticada, eles se veem e se ouvem. E quando se expõem e se exibem, podem favorecer a ilusão de tocar, beijar, penetrar”, resume o sexólogo Joaquim Motta.

O sexo virtual e sem emoção pode ser considerado uma redução de uma noite de sexo virtual. Quem antes buscava uma noite de prazer com outras pessoas, só pela atração física, está cada vez mais atraído pela relação via web. Para o psiquiatra Flávio Gikovate, no futuro, as pessoas vão trocar o sexo casual pelo virtual. “Economiza tempo, dinheiro, energia e cada um está no seu canto. Não estou defendendo esse tipo de atividade, mas é algo que podemos prever”, afirma.

A traição virtual é muito mais antiga. Quando ainda nem se pensava em navegar pela web, já existiam os serviços de sexo por telefone. Majoritariamente utilizado por homens, este foi o primeiro serviço a oferecer sexo virtual.

Na boca do povo


Existe um grande receio de que, se a pessoa se expuser no mundo virtual, há mais chances de os outros descobrirem, mas isso não é necessariamente verdade. "Existem pessoas espertas ou descuidadas nos dois mundos", relembra Flávio Gikovate. Se alguém vai descobrir o que está acontecendo de errado na vida pessoal de alguém depende apenas de quanto cuidado ela vai tomar. As pessoas também faziam “fofoca” antes da internet.

Homens x Mulheres


Os dois especialistas ouvidos pelo BOL afirmam que, quando se trata de traição somente física, o homem costumam trair mais que as mulheres. "Os homens são atraídos muito mais pela imagem e beleza. Apesar de também prestar atenção na beleza do sexo oposto, a mulher costuma ter muito mais prazer em se exibir e ser motivo da atração", afirma Gikovate.


No entanto, quando a traição inclui sentimento pelo amante, não há diferenciação. “É meio a meio. Nestes casos, elas traem tanto quanto eles”, diz o especialista. "Cerca de 80% dos casos em que existe suspeita de um dos lados, há um caso extraconjugal de fato acontecendo", afirma um detetive especializado em traições, que pediu para ser identificado apenas como Paulo. Uma pesquisa da editora Abril, publicada na revista “VIP” de junho de 2011, realizada com 1.198 mulheres de todo o Brasil entre 18 e 35 anos, aponta que 54% delas já traíram.

Como resolver?


Na opinião de Flávio Gikovate, se existe a necessidade de procurar algum tipo de amor, carinho ou prazer sexual fora do relacionamento, há algo de errado que precisa ser trabalhado. “É preciso buscar entender melhor o ser humano. Procurar entender as necessidades do casal”, afirma o psiquiatra, que ressalta: “Sempre que envolver sentimento, vai ser mais difícil de superar. Seja uma traição no mundo real ou fantasioso”.



[Eduardo Heering - Especial para o Bol]

Nem tudo é depressão; você pode apenas estar triste

Tristeza não é depressão, mas muita gente está transformando esse sentimento tão comum em doença. Quem não conhece, nos dias de hoje, uma pessoa deprimida? Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a depressão já é a principal causa de incapacidade de trabalhar em pessoas que têm entre 15 e 44 anos. É claro que a doença atinge muita gente, mas é importante saber diferenciar um caso e outro. Afinal, ficar triste é natural, faz parte da vida e não precisa de tratamento médico.


No livro "A Tristeza Perdida – Como a Psiquiatria Transformou a Depressão em Moda" (Editora Summus), os autores Allan V. Horwitz e Jerome C. Wakefield levantam a questão, que teve início em 1980, quando a Associação Americana de Psiquiatria lançou uma nova versão do manual de diagnósticos, que hoje está na quarta versão.


Segundo os autores, o diagnóstico para distúrbios mentais se tornou generalista. Se alguém apresentar cinco sintomas de uma lista, é considerado depressivo. Para eles, no entanto, os médicos não se preocupam em questionar as circunstâncias. Dessa forma, a tristeza pode ser encarada como uma doença, que precisa ser tratada com antidepressivos, dando a impressão perigosa de que os medicamentos são a solução para todos os males.


Tristeza e Depressão


A tristeza é um sentimento natural e espontâneo, parte inerente da condição humana. É uma resposta normal às frustrações e perdas, como uma demissão no emprego, o fora do namorado, uma discussão, entre inúmeros motivos. O tempo que a pessoa ficará triste depende da importância do fato. No entanto, ela é passageira.


A depressão pode surgir até sem razão específica. O indivíduo se sente infeliz na maior parte do tempo, torna-se mais ansioso ou irritado do que o normal, perde a capacidade de apreciar situações prazerosas, deixa de conviver com amigos e familiares, apresenta perda de concentração, pode ter ganho excessivo de peso e sentir dores pelo corpo. Nesse caso, é preciso procurar um médico. O quadro requer tratamento, diferentemente da tristeza -um sentimento importante e que precisa ser vivido.


Cura Instantânea


Vivemos em uma cultura imediatista, com o desejo de resolver os problemas rapidamente e, de preferência, sem dor. "Infelizmente, todos os nossos sentimentos e comportamentos são orquestrados pelo consumo", afirma Dulce Critelli, coordenadora do Existentia - Centro de Orientação e Estudos da Condição Humana.


"Assim, tristezas são tratadas como fome: se você saciar, passa. O incômodo, a dor, o mal-estar devem ser extirpados por não ser algo prazeroso. É assim que acabamos chamando a tristeza de depressão e caímos facilmente nos antidepressivos."


Para a psiquiatra Elisabeth Sene-Costa, autora de "Universo da Depressão" (Editora Ágora), muitas pessoas fazem uma interpretação errada da tristeza. "Elas acham que ao ficarem tristes podem cair em uma depressão. Não admitir a tristeza é um mecanismo de defesa. Para solucionar logo o problema, vão aos consultórios em busca de uma pílula mágica. Isso é um equívoco enorme", diz Elisabeth.


Uso de Remédios


Os números comprovam que a população procura cada vez mais os remédios. A venda de medicamentos antidepressivos e estabilizadores do humor cresceu 44,8% no Brasil de 2006 a 2009, segundo o instituto de pesquisa IMS Health.


Nos Estados Unidos, mais de 164 milhões de receitas para depressão foram prescritas em 2008, de acordo com um estudo feito por pesquisadores das universidades de Columbia e Pensilvânia. "Nesse mundo competitivo, a tristeza é vista como um sinal de fraqueza. Quando, na verdade, é o contrário. O sentimento fortalece e, quem não o sente, fica frágil", explica a psicóloga Irene Cardotti.


Para ela, quem usa antidepressivo sem necessidade não enxerga que a felicidade artificial mina totalmente o impulso de mudança. E, pior, sem aprender a lidar com os próprios problemas. Antes de partir para um remédio, o melhor a fazer é conversar com amigos e parentes. A terapia também pode ajudar, especialmente, nos casos em que a tristeza se prolonga. “Nossa cultura atual identifica boa vida com felicidade e felicidade com mero prazer. Esse sentimento nem sempre é conquistado através do prazer. Muito pelo contrário: na maioria das vezes, a felicidade é resultado de um boa e longa batalha", diz Dulce Critelli, coordenadora do Existentia - Centro de Orientação e Estudos da Condição Humana.


A Importância da Tristeza


Ninguém deseja a tristeza. Ela dói, não é agradável, mas é importante, faz parte da vida e nos fortalece. "Ao deixarmos esse sentimento fluir, elaboramos nossa perdas. Damos a chance de nos reorganizarmos internamente e superar a fase de maneira saudável”, explica a psicóloga Irene Cardotti. O lado positivo é que podemos rever defeitos e analisar consequências de nossos atos e, dessa forma, encontrar força e equilíbrio e para retomar o ritmo normal de vida.


"É preciso encarar conflitos e situações ruins com mais serenidade. É através do sofrimento que desenvolvemos a maturidade", afirma o psicólogo Mauro Godoy, especializado em Psicologia Analítica e Antropologia. Por isso, quando a tristeza chega, em vez de tentar mandá-la embora, é melhor perceber o que ela tem a ensinar.


“O mais comum é acreditar que não tivemos participação nenhuma na construção dessa perda, mas não é verdade", explica Dulce Critelli, coordenadora do Existentia - Centro de Orientação e Estudos da Condição Humana. Ao levar um fora em um relacionamento, por exemplo, o abandonado pode ter uma parcela de culpa, sim. "Pode ter sido falta de cuidado e carinho, não ter se preparado o suficiente, ter sido teimoso, entre outras tantas possibilidades”, diz Dulce. Ao admitir erros, encontramos a melhor resposta para que situações semelhantes não se repitam.



[Daniela Venerando: colaboração para o UOL]