sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Por que você quer ter um relacionamento afetivo-amoroso?

A maioria das pessoas procura conhecer a si mesmo. O método mais comum é a leitura de livros sobre o assunto e, principalmente para mulheres, a solução de testes sobre si mesma em vários aspectos. Outro método que há, muito usado pelos homens, é a reflexão sobre ele mesmo.
Com a ajuda de um livro que instiga a reflexão sobre algo ainda não pensado, a reflexão é o meio mais eficaz para chegar ao autoconhecimento. Com base nesse domínio, a pessoa conhece a sua personalidade, define o seu perfil, sabe avaliar suas características positivas e negativas, sabe definir os seus objetivos e traçar o seu caminho. Conhece também suas reações às ações externas e consegue identificar suas atitudes. Só por meio dessa cognição, consegue-se reconhecer o que deve ser mudado em si mesmo.
É do conhecimento comum a expressão “seja você mesma”, mas muitos a interpretam de maneira equivocada. E esse erro é refletido no relacionamento.
Ser você mesma não é ser intransigente: “aceite-me como sou porque não vou mudar em nada”. Ser você mesma é não suprimir a sua personalidade para adotar a de outra pessoa.
E para que isso não ocorra (adotar a personalidade de outrem), a consciência de si mesmo é inevitável. Como poderá distinguir o que pertence genuinamente à sua personalidade e o que pertence à do outro ser, senão conhecendo a sua própria?
Portanto, é inquestionável a importância do autoconhecimento. Essa percepção é contínua, um exercício que será realizado até os últimos dias de sua vida, pois além de sermos reflexo de nossa genética, da educação que obtivemos, das experiências que presenciamos, somos o reflexo do mundo em vivemos. E sabemos que o mundo está em mutação permanente, desse modo, nossa personalidade também a está.
Partindo desse pressuposto (da irrefutável necessidade de conhecer-se), para iniciar uma relação amorosa, faz-se necessária a reflexão da seguinte questão:

Por que você quer ter um relacionamento afetivo-amoroso?
a) Para não ficar só.
b) Para formar uma família e ter filhos.
c) Para amar e ser amada.
d) Para ter com quem dividir a minha vida, as alegrias e tristezas, as conquistas e as frustrações.
e) As respostas “b”, “c” e “d” correspondem aos meus anseios.
Para as que responderam a letra “a”
Há diversas razões que levam uma pessoa a ter um relacionamento para não ficar só: tem medo da solidão, tem receio do que os outros irão falar e assim quer cumprir uma “obrigação” social, não se conhece bem ou não gosta de si mesmo a ponto de não querer ficar só consigo mesmo.
A solidão é um estado de quem se sente ou se acha desacompanhado. É a sensação de abandono, como se estivesse a pessoa separada de todas as outras. É um vazio que alguém sente, devendo ser necessariamente preenchido com a presença de outra pessoa.
Para esse tipo de pessoa, estar só é tão insuportável que ela aceita estar ao lado de qualquer pessoa, ainda que não haja nenhum vínculo emocional entre elas. Assim, quem responde a letra “a” da questão quer ter relacionamento somente para preencher esse vazio. O problema que pode ocorrer é que o vazio pode não ser preenchido com a presença dessa pessoa, pois a causa não se encontra ali e sim em outros fatores psicológicos.
Quanto à pessoa que optou por essa letra pela razão de que se sente obrigada a cumprir com o “dever” social de relacionar-se com alguém, trata-se na verdade de uma necessidade de aceitação social. Ela não quer se sentir diferente dos demais. Para ela, a sociedade verá com maus olhos a sua situação de solteira.
Realmente, ainda que com menor força, considera-se “normal” pela sociedade a constituição de família (daí um dos porquês de ainda não aceitarem a condição de homossexual, já que o conceito de família tradicional é a relação entre homem e mulher), e para se ter uma família, tem que se ter uma relação amorosa.
O medo da não-aceitação é comum. Todos querem enquadrar-se em um perfil. Isso é muito forte na adolescência, momento de formação do ser, onde os indivíduos tentam se encaixar em algum grupo ou, como chamam, em alguma “tribo”. Apesar de não tão forte como na adolescência, na fase adulta a sensação de ser aceito é muito presente. Todos querem se considerar pessoas “normais”.
E o que é normal? Normal é tudo aquilo que não se destaca dos demais ou que ocorre com mais freqüência. Com raras exceções, ninguém quer os holofotes para si, pois com ele virão os julgamentos. Quem julga normalmente são aqueles que reprimiram seus desejos, suas características únicas para serem aceitos na sociedade, assim, se eles fizeram o sacrifício, os outros também devem fazer. Ou ainda, são pessoas que não têm características muito fortes e para não se sentirem inferiores, impõem que todos sejam de determinada maneira, a fim de que ele não se diferencie e com a diferença os julgamentos sobrevenham.
A verdade é todos somos totalmente diferentes. Não há uma única pessoa igual à outra. Sabe-se que até os gêmeos são diferentes, pois a personalidade não é formada apenas pela genética e sim pela educação, pela percepção pessoal das coisas, pelas experiências presenciadas e pelo mundo em que vive. Cada um, ainda que com a mesma genética, com a mesma educação, presenciando as mesmas experiências e vivendo numa mesma realidade, poderá ter percepção diferente e formará uma personalidade diferenciada de todos os demais. Para explicar isso a fundo, teríamos que entrar em um campo filosófico, psiquicanalítico e quiçá espiritual, o que não convém aqui fazer.
Retira-se apenas a conclusão de que todos somos diferentes. Podem ocorrer coincidências, como por exemplo, duas pessoas serem extremamente exigentes no trabalho, muitas pessoas gostarem das mesmas coisas, algumas características serem parecidas, mas nenhuma será exatamente igual à outra.
Ainda que todos aceitem essa conclusão de todos são diferentes, quase todos tentam não se diferenciar muito perante a sociedade. Como a maioria das pessoas se relaciona entre sim amorosamente, não ter relacionamento é estar em uma situação diferente.
Portanto, os holofotes irão focalizar naqueles que não estão num relacionamento. Isso se acentua para aqueles que ultrapassam os 30 anos de idade. Tanto para o homem como para a mulher. O homem com mais de 30 anos que não se casou, pode ser categorizado como homossexual e a mulher como solteirona encalhada. Esses são os julgamentos. Para evitá-los, algumas pessoas optam por se relacionar amorosamente.
Por fim, há quem respondeu a letra “a” porque não se conhece ou não se gosta a ponto de não querer ficar só consigo mesmo. Isso ocorre com pessoas que estando sozinhas, encaram-se e não gostam do que vêem. Estando com outra pessoa, esse enfrentamento é postergado. Ou ainda, como não se conhecem bem, a sua própria companhia não é suficiente. Em vez de aproveitar a oportunidade de iniciar o autoconhecimento, sente-se angustiado para conhecer outra pessoa e não mais ficar só. Enfrentar seus próprios defeitos é mais árduo do que os defeitos alheios. Criticar outrem é mais cômodo que a autocrítica. Aliás, a autocrítica incomoda e perturba mais que a crítica alheia, pois esta você pode ignorar, já a outra é difícil, uma vez que a autocrítica fica “martelando” em sua cabeça, já a crítica alheia você pode simplesmente achar que o crítico é uma pessoa que não merece crédito e esquecerá a crítica proferida.
Independentemente da causa da escolha de relacionar-se para não ficar só, quem tem essa escolha não precisa de nenhum manual sobre relacionamento, basta casar com quem a aceite, qualquer um, pois para não ficar só, basta estar acompanhada, não é mesmo? Relacionando-se bem ou mal, essa pessoa continuará com a outra, pois a finalidade de estar com ela é não ficar só. Entretanto, depois de ler sobre o assunto e se isso gerou uma reflexão que pode originar uma mudança na sua opção, os próximos itens serão muito úteis para iniciar e manter uma relação duradoura.
Para as que responderam a letra “b”
A escolha dessa alternativa é resultado de duas possíveis causas: desejo materno de ter filhos e constituir uma família ou desejo influenciado pela sociedade e pela sua educação familiar.
A decisão de formar um lar familiar e criar filhos deve ser tomada com muita responsabilidade. Manter uma relação amorosa já é difícil o bastante, com o casamento e com o nascimento dos filhos, as responsabilidades de acentuam ao infinito, deixando a relação ainda mais complexa. Haverá mais motivos para brigas: forma de criar filhos, questões financeiras, doenças familiares etc.. O desgaste em um casamento é mais fácil de ocorrer do que num namoro, pois a quantidade de motivos para iniciar conflitos são acentuados naturalmente pela própria circunstância.
Por essa razão, casar e ter filhos deve ser uma opção livre de imposições sociais e familiares, caso contrário, é muito provável que a relação se desmorone ou você seja infeliz, ou ambos.
Se você ainda não está certa se a sua opção é livre, natural, sem imposições quaisquer, reflita sobre o assunto, adquira um autoconhecimento sobre esse aspecto. Ressalto que isso é primordial para que a relação dê certo, não adiantará nada aplicar o aprendizado aqui adquirido se não houver um prévio conhecimento do motivo que a fez desejar casar-se e ter filhos, isto porque por mais que você se esforce, agindo sempre da maneira correta, tendo um relacionamento perfeito, chegará um determinado dia em sua vida que você se perguntará se valeu a pena todo o sacrifício, poderá se questionar porque fez isso, podendo até mesmo a se arrepender.
Para um relacionamento dar certo, além das atitudes corretas, a vontade deve ser natural, deve vir do seu âmago, deve fazer parte de um projeto para sua realização pessoal e não realização da sua família ou cumprimento de uma obrigação social.Tem uma passagem do filme “Diário de Bridget Jones” (o primeiro) muito interessante que mostra essa pressão social para que as mulheres se casem ou ao menos estejam comprometidas em um relacionamento sério. Em uma reunião de amigos, todos os convidados estavam em pares, apenas a personagem de Renee Zellweger, a Bridget, estava sozinha e solteira. Eles começam a questioná-la do porquê de ainda estar solteira. Ela se sente constrangida e pressionada a ter um namorado e casar-se.
Essa pressão, de fato, não é meramente uma ficção, é real. As pessoas casadas ou que estão namorando seriamente, achando que estão ajudando a amiga solteira, ficam indicando homens e apresentando-os com a esperança de que a amiga consiga um namoro. Ainda que discreto e sem más intenções, essas apresentações também são uma forma de pressão para que essa solteira deixe de sê-la.
Há quem pense até que as casadas querem que as solteiras se casem para que as primeiras não sofram mais a “ameaça” das solteiras “atacarem” os seus maridos! Não podemos duvidar que existam mulheres casadas que pensem assim, mas convenhamos, isso não é a regra. Na verdade, elas, normalmente, não se dão conta que podem estar pressionando as suas amigas.
Para as que responderam a letra “c”
Para as optantes dessa alternativa, deve-se fazer um alerta: seguir as orientações nesse artigo ou em outros não é certeza de conquistar o amor dele. É um caminho excelente, mas outros fatores podem fazer com que o amor não nasça nele por você.
Por exemplo, se ele já estiver amando outra, será muito mais difícil conquistá-lo. Contudo, se você souber esperar o amor dele acabar pela outra, sem que você o assedie, agindo de maneira apropriada, você terá boas chances de conquistá-lo.
O amor é um sentimento difícil de se conceituar. Os filósofos gregos passaram bons anos debatendo sobre o assunto e não chegaram a uma conclusão satisfatória e unânime. Pode-se dizer que o amor entre pessoas sem vínculos sanguíneos é a afeição baseada em admiração e forte afinidade. Por esse conceito, tem-se a receita do alicerce do amor: conquistar a admiração dele e ter fortes afinidades.
Para conquistar a admiração dele, basta saber agir de modo apropriado e coerente. Quanto às afinidades, ou vocês têm ou não. Não há remédio. Conseguindo a admiração dele e tendo os mesmos interesses, a base do amor está pronta.Mas ainda há algo a mais. A química também é importante. Não se cogita a atração física, pois essa pode ser adquirida com o amor, mas a química é algo natural, assim como a afinidade: ou há ou não, não se pode adquirir química entre o casal.
A química é o ingrediente que complementa a admiração e a afinidade para formação do amor, pois se houver apenas admiração e afinidade, poderá haver aí apenas uma amizade. Aliás, o amor é a amizade adicionada com a química.Veja, por causa desses fatores, seguir quaisquer orientações de livros ou artigos não é certeza de conquistar o amor dele, pois têm fatores variáveis e incontroláveis que podem não acontecer: a afinidade e a química.
Apenas para complementação do assunto, pode-se diferir a paixão do amor pela inexistência naquele da admiração e da afinidade. Na paixão, há a química que desperta o sentimento e o encantamento. O encantamento é o deslumbramento, é uma turvação, perturbação da vista pelo excesso de luz, ou seja, o encantamento ocorre quando aquilo que se vê é diferente do que realmente é, é uma falsa percepção de qualidades que se admira. Quando essa percepção se confirma, deixa de ser encantamento e passa a ser admiração. Daí a passagem da paixão para o amor. Se a percepção prévia é confirmada, não houve turvação da vista. Quando essa percepção não é confirmada após o fim da perturbação da vista, a paixão acaba.
Para as que responderam a letra “d”
Aqueles que responderam essa alternativa como aquela coerente com seu desejo é o tipo de pessoa que vê o relacionamento como algo a ser construído por etapas, um crescimento contínuo e mutável assim como são as pessoas que o compõem. Vêem o relacionamento como algo que deve ser duradouro. Querem ter como parceiro um companheiro, pois acompanhará a sua vida, irá vibrar com as conquistas e alegrias, e se solidarizar com as frustrações e tristezas.
As palavras-chaves são construção, união, crescimento e compartilhamento. Para a construção de um relacionamento desse nível de interação, a análise de seus atos é permanente, bem como a compreensão dos atos do outro. Tudo tem que ser bem pensado e planejado, assim como se constrói uma casa: forma-se primeiramente os alicerces, que no relacionamento é a confiança, a compreensão de quem é aquele ser com quem você está se relacionando e os objetivos em comum. Sem esses fatores, o relacionamento não se desenvolve.
As etapas não podem ser puladas ou antecipadas. Deve-se ter em mente que a razão deve predominar sobre a emoção, pois não é esta que toma atitudes inteligentes e sim a razão. Para as que responderam a letra “e”Para aquelas que optaram por essa alternativa, recomenda-se ler os itens acima sobre cada uma das opções “b”, “c” e “d”.
[Drika Cordeiro]

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Por quê as mulheres se relacionam com homens casados?

Há diversas causas que fazem com que mulheres assumam relacionamentos com homens casados. Enumeraremos as que conseguimos diagnosticar até o momento:
a) pela carência afetiva;
b) pelo sentimento de ausência do pai (pela falta de convívio ou com o convívio insatisfatório com o pai);
c) pela boa situação econômica que ele apresenta;
d) pela percepção (que muitas vezes é falsa) de que se ele é casado, é bom ou deve ter algo de muito bom;
e) pelo prazer de imaginar que o amor que ele pode sentir é tão grande a ponto de largar uma família por ela;
f) pelo desejo de viver uma grande romance, amor impossível (uma novela).
a) Carência afetiva
Há mulheres que não tiveram sorte com relacionamentos. A cada sensação de fracasso, ela sente um aumento da desesperança de um dia encontrar um homem bom, para casar com ela. Ela começa a acreditar que homens são os culpados, que eles não prestam e não querem se casar, só querer farrear, transar com o maior número possível de mulheres. Estão carentes, sentem-se sozinhas, sentem medo da solidão.
Elas conhecem um homem casado, ela o vê cuidando da família dele e deseja isso para ela. Ela o coloca no pedestal, “ele sim é um homem que presta”. De repente, ela percebe que ele dá atenção a ela. Como ela estava se sentindo carente, sozinha, a atenção dele lhe dá muito conforto e esperança. Ela começa a sonhar: “vou conquistá-lo, ele é um homem bom e vai ser meu”.
Na esperança de que ele se apaixone por ela, ela aceita transar com ele, aceita seguir a agenda dele de homem casado: dias comemorativos como natal, reveillon, dia dos namorados, aniversário dele etc, são dias em que ele tem que estar com a família. Alguns, desdobram-se para conseguir estar com a esposa e com a amante no dia dos namorados. Ele dá presente à amante e ela se sente amada. ele compra o amor dela.
Ela sonha que ele a ama, ele a faz acreditar nisso e ela não duvida. Com o tempo, ela começa a sentir-se em segundo plano, ele não atende os telefonemas dela porque estava com a esposa; nos finais de semana, ele fica com a família, e pior, ela imagina ele fazendo sexo com a esposa. Tudo isso começa a incomodar.
Alguns homens até mentem dizendo que não faz mais sexo com a esposa. Conhecemos um caso que o homem casado alegava isso para a amante a fim de acalmar a revolta dela, mas um belo dia a esposa aparece grávida...
Enfim, ela começa a sofrer e as cobranças sobre ele iniciam. Ele mente, convencê-a sobre todas as estórias que ele inventa. Com o passar do tempo (na maioria dos casos, após alguns anos), ela percebe que ele não irá se separar da esposa, mas agora, depois de tantos anos de investimento nele, não consegue desistir tão fácil. Isso ocorre principalmente porque ela está ainda mais carente do que no início da relação; apesar de ter esse relacionamento, ela se sente mais só ainda, afinal ele não está com ela sempre quando ela quer, ela compara a sua relação com as demais que vê pela rua, que presencia as suas amigas vivendo, e a sua solidão só aumenta.
E, para piorar ainda mais a situação dela, ela já não tem mais alta auto-estima. Se ela tinha antes de iniciar esse “romance” (para nós é um drama trágico) alguma auto-estima, com os anos de relacionamento, ela já perdeu completamente.
Se os familiares e amigos sabem da relação, todos que têm bom senso e gostam dela, tentam avisá-la do que ela ou já sabe (mas não tem coragem de reagir) ou não quer acreditar. E esses avisos para ela soam como agressões, ela, muitas vezes, coloca-se na defensiva para continuar.
Só quem pode resolver a situação é ela mesma e se não resolver logo, pode ser tarde demais.
b) Sentimento de ausência do pai
Há mulheres que não tiveram pai por causa do seu falecimento, ou pelo abandono da família. Há também aquelas que tiveram convívio em casa com o pai, mas ou porque ele trabalhava muito, ou por ser um homem frio ou desligado, o convívio, para ela, foi insatisfatório. Isso acarreta o sentimento de vazio, de falta da presença masculina, de um homem mais velho.
Um homem casado, com filhos, representa a figura de pai. Uma mulher que tem essa falta pode, na maioria das vezes inconscientemente, apaixonar-se pelo homem casado (na maioria das vezes, ele é mais velho). Esse “amor” que nasce nela é a tentativa da psique em superar ou preencher a falta que ela sente. Ela sente falta da segurança que um pai dá e tenta conseguir isso com um homem casado e mais velho.
Se ela se relaciona com esse homem, a sensação de ausência aumentará, porque, como vimos acima, ele guardará a ela poucos momentos e ela se sentirá só, desamparada. A sensação de abandono se acentuará, o que causará muito sofrimento.
A relação com o homem casado, fará com que ela tenha dificuldade ainda maior de relacionar-se por causa do sentimento de abandono. Poderá se tornar uma pessoa pedinte de atenção, o que só afastará ainda mais os homens.
c) Boa situação econômica que ele apresenta
Excetuando aqueles que nasceram afortunados, os homens que possuem boa situação econômica, em sua grande maioria, já estão casados. Uma mulher que deseja um homem com boa situação econômica terá poucas opções de escolha, portanto, como regra, encontrarão os homens casados.
Se o objetivo delas é apenas esse, o fato dele ser casado não será impeditivo para ela se relacionar. Se ela tem esperança de que ele se separe da esposa é porque ela quer ser colocada no lugar dela, para usufruir o que era da esposa. Se ele não se separar, enquanto ele estiver dando jóias, apartamento, carro e pagando as despesas dela, isso não será problema.
Dificilmente, esse tipo de mulher irá pressioná-lo a se divorciar, caso ela esteja recebendo o que deseja. Nenhum dos dois está sendo enganado: há uma troca de dinheiro por sexo.
d) Percepção de que se ele é casado, é bom ou deve ter algo de muito bom
Esse caso se assemelhar com aquele em que a mulher já se decepcionou com os homens e acha que o casado é quem é bom. Mas não é só isso: há mulheres que não se decepcionaram com homens, elas simplesmente preferem aqueles que já estão comprometidos, pois acreditam que eles devem ter algo de muito bom.
Normalmente, são mulheres genuinamente competitivas em relação às outras mulheres, elas querem “roubar” o marido da outra. Elas pensam “se ele é bom, deve ser meu”, e se ele for comprometido, “é um sinal de que é bom mesmo”.
Para esse caso, haverá duas conseqüências: ela tentará “roubar” por bastante tempo (até porque acabou se apaixonando realmente), ou ela verá que ele não é tão bom assim, senão já tinha se separado da esposa, e termina o caso.
Esse tipo de mulher pensa que porque ele está casado, ele é bom de cama, ele satisfaz a mulher etc. Prova disso é que se ela percebe que a esposa não está muito feliz com o marido, ela deixa de se interessar por ele.
Portanto, mulheres casadas, não façam propaganda de seus maridos para outras mulheres, ele pode se tornar alvo delas. Se você realmente conhece suas amigas, confie e fale bem do seu namorado/marido, mas tenha certeza que elas são realmente amigas, afinal você já ouviu a frase: “ele me traiu com minha própria amiga!”
Isso vale para homens também: apesar da maioria dos homens serem menos competitivos e respeitarem seus amigos nesse sentido, não fique falando que sua namorada/esposa é boa de cama, que é gostosa, pois isso pode atiçar os homens.
e) Prazer de imaginar que o amor que ele pode sentir é tão grande a ponto de largar uma família por ela
A causa aqui é simples: ela quer sentir-se tão amada a ponto dele largar a família. Ela quer se sentir mais importante que tudo, ela acredita que acabar com o casamento é algo tão grande que é a prova do amor dele por ela. É muito parecido com a causa mencionada na letra “f” (abaixo), diferenciando-se pelo fato de ela não ser dramática, ela apenas acredita que não há prova de amor maior do que abandonar a família por ela. E ela quer viver esse possível grande amor.
f) Desejo de viver uma grande romance, amor impossível (uma novela).
Há pessoas dramáticas, que gostariam de viver grandes emoções, onde a rotina só existe onde há tédio. Ela quer viver amores impossíveis, quer ser uma personagem de uma novela real.
Ela assiste à novela e aos filmes de drama e se imagina sendo a mulher amada do filme, gostaria de ser a Julieta amada pelo Romeu, quer ser a amante que faz com que o homem louco de amor, seja obrigado a decidir entre a família e o amor. Um amor escondido, um mistério, algo proibido.
Ela fantasia a sua vida e procura relacionar-se com homens complicados ou em situação complicada, como aquele em que está num casamento. Ela gosta da dificuldade e é isso que a motiva e incendeia o seu amor pelo homem casado. Ela gosta do sofrimento (ainda que inconscientemente), gosta das brigas por causa da esposa, gosta de brigar para fazer as pazes. Muitas dessas mulheres querem que a esposa fique sabendo da traição, então ela liga para a esposa para contar e desliga. Ou faz telefonema anônimo, ou descobre o e-mail dela para contar tudo ou causar suspense, etc.
Sendo por um motivo ou outro, o resultado é o mesmo: infelicidade, angústias e tristezas. Sugestão? Tenham um homem só para vocês, não sejam mulheres em segundo plano.
[Drika Cordeiro]

Homem casado - Parte II

No texto anterior, mostramos a realidade de muitas mulheres. Em continuação àquele texto, agora daremos alguns alertas e dicas.
Se você ainda não se relacionou com homem casado, não se atreva a fazer mal a si mesma. Se você já está se relacionando, aqui vão algumas considerações.
Você se relacionou com um homem casado porque quis. Se não tivesse nunca beijado a boca dele, não estaria envolvida. Mas você cedeu, você errou. Agora, está em uma situação complicada, entretanto a solução não é tão complicada assim.
Como você pôde ver nos exemplos do texto anterior, todos eles falam que ele a ama, que irá se separar da esposa, que o casamento vai mal, que não se separa por causa dos filhos etc. Tudo isso é dito porque ele sabe que é isso que vai fazer com que você continue com ele. Ele não está com você porque a ama, mas sim porque é cômodo ter duas mulheres. Se ele briga com uma, tem o conforto da outra. Se a outra começa a fazer cobranças, tem a desculpa de ter que ver a esposa etc.
Se depender dele, a relação de vocês irá durar até você realmente acabar com ela. Se a esposa dele morresse, por exemplo, ele ficaria com você e arranjaria mais uma mulher. É assim que ele gosta de viver. Ele não tem que aceitar você terminar, você não deve esperar que ele aceite, quem deve decidir é você. Você deve terminar e nunca mais falar com ele. Nunca mesmo. Faça um juramento para si mesma: "Eu tenho dignidade e não sou burra. Portanto, resolverei a questão pondo um fim nisso".
Você pode estar pensando: “Mas não seria muito radical?” “Será que ele não merece uma chance, dar um tempo para ele se separar da esposa?”. Ou seja, a indagação se refere a dar um ultimato nele, do tipo “ou ela ou eu, ou você se separa agora, ou termino com você”. As considerações aqui são para o tipo de relacionamento que já está com mais de 1 ano de “namoro”, sendo o homem aqui do tipo B (conforme explanação no texto anterior), pois se ele for do tipo A, você nem mesmo precisará dar o xeque-mate, afinal, ele mesmo quer terminar o casamento e fará independentemente da pressão que você possa fazer.
Acabar um caso é muito fácil, basta falar: "acabou". Você irá sofrer sim, mas será o sofrimento que te salvará.Termine e nunca mais atenda ao telefonema dele, nunca mais fale com ele. Chore, chore muito até cansar, até acabarem as lágrimas. Se você realmente gosta de si mesma, você deixará de ter esse sentimento por ele, afinal, só está lhe fazendo mal.
Uma forma para ajudá-la a esquecer é pensar nos defeitos dele: ele é um cafajeste, sem-vergonha, mau caráter, enganador, traidor, salafrário etc. Veja todos os defeitos que ele tem, esqueça todas as qualidades, e veja o quanto ele está te fazendo sofrer. Assim, você ficará com raiva dele. Se ele gostasse mesmo de você, ele ficaria só com você e não com duas.
Veja, o argumento de que encerrar um casamento é difícil não é válido para justificar a não-separação. Quantos divórcios temos por ano? Inúmeros! É difícil, mas as pessoas se divorciam. Se você aceitar esse argumento para continuar sendo a amante, a outra, aquela que está em segundo plano, aquela que tem menos importância na vida dele, é o mesmo que aceitar ser vencida por qualquer dificuldade.
Por exemplo, é como se você aceitasse a idéia de que como o mercado de trabalho é concorrido, desista de entrar nele. Ou seja, em todos os setores da vida, as pessoas aceitam o desafio de superar as adversidades, mas quanto se trata de relacionamentos, deixam-se vencer, agem como fracos e não vencem os obstáculos, aceitam argumento de que “é difícil” e nada fazem para dominar a dificuldade. Toda vez que ele disser "eu te amo", entenda que ele está dizendo "você é uma tonta mesmo, basta-me dizer três palavras que você faz o que eu quero, sua burra!" Se você fizer isso, pode ter certeza, você irá esquecê-lo. Na realidade, o amor que você acredita que estão vivemos, é um amor unilateral, pois se ele realmente te amasse, não deixaria você passar por uma situação tão desagradável. Quem ama protege o outro de sofrimento. E ele não só não a protege, como é aquele quem proporciona o seu sofrimento.
Além disso, encontre outro homem, nem que seja para uma noite só (sem sexo, evitando comparações de como o homem casado a tratava e como o novo homem a tratou). Vá a uma balada, saia com amigas. Faça um curativo em sua alma. Pessoas inteligentes são muito burras se não tiverem inteligência emocional. Seja inteligente emocionalmente, ninguém tem que achar que porque se trata de questões do coração, deverá agir de forma irracional. Controle-se e diga para si mesma: “eu consigo, se muitas mulheres já conseguiram, eu consigo também.”
Palavras duras servem para despertar a ira dentro de você e lutar contra isso, pare de se fazer de coitadinha, pois você não é uma coitada, você é a culpada pela situação que você mesma se colocou. Somos responsáveis por todos nossos atos. Se você está com homem casado, a culpa é sua. Assuma a responsabilidade e assuma o controle de sua vida.

Fácil falar, difícil fazer? Experimente fazer, você terá orgulho de si mesma.

Homem casado - parte I

Quase todo mundo sabe que um homem casado dificilmente largaria a esposa para ficar com amantes. Mesmo assim...
Muitas e muitas mulheres se envolvem com homens casados. Quase todo mundo sabe que um homem casado dificilmente largaria a esposa para ficar com amantes. Mesmo assim, quando a mulher conhece um homem casado, ela o vê tão interessante que acha que ela nada perderá se tentar. Infeliz engano.
Acreditamos que em mais de 80% dos casos, ele não deixará a esposa. Há casos em que ele realmente se apaixona por outra e larga a esposa. Contudo, nesses casos, ele só se envolveu com outra porque já estava se apaixonando por ela. Ele não quer uma assistente para manter o casamento, ele quer um relacionamento único plenamente satisfatório.Para saber diagnosticar se o “seu” homem casado irá um dia largar a esposa, basta verificar se após 6 a 10 meses de “namoro”, ele realmente se separou. Se você está numa relação com mais de 1 ano e ele ainda não se separou, perca todas as esperanças.
Os homens sabem que se relacionar com uma mulher já é complicado, porque mulheres são complicadas (na visão deles). Relacionar-se com duas, então... Assim, podemos dividir os homens em dois grupos:
a) aqueles que acham que ter relacionamento duradouro com uma já é trabalho suficiente; b) aqueles que acham que conseguem ter relacionamento duradouro com duas ou três (se ele consegue com mais de 3 mulheres ao mesmo tempo, nossa senhora, é um mágico em truques e ilusões!).
Portanto, um homem casado sendo do tipo A, só manterá um relacionamento estável com duas mulheres por tempo muito limitado. Ele não conseguirá ter paz até eliminar uma de sua vida, afinal é muito trabalho manter duas e ele não está disposto a esse trabalho. Então, haverá um momento em que ele deixará a esposa e ficará com a amante, podendo até mesmo se casar novamente.
Já o tipo B, a sua intenção real é ter um suporte para “agüentar” o casamento. Ele preza pelo casamento (manter-se casado, não preza por manter um casamento saudável) e precisa de uma ajuda para continuar casado. A forma encontrada é obter uma namoradinha com quem ele possa voltar a se sentir solteiro (ir à caça, comedor de mulheres etc.). São diversos fatores que levam um homem a ter amante estável, mas em todos os casos, no nosso entendimento, tem um fundo de mau-caratismo em sua personalidade. Ele é egoísta e só estará se preocupando consigo mesmo.
Logo no início desse artigo, falamos que quando a mulher conhece um homem casado, ela o vê tão interessante que acha que ela nada perderá se tentar, e que isso é um infeliz engano. Ela perderá o que é de mais importante: sua auto-estima. Sem auto-estima, uma mulher pode acabar com a sua vida profissional, amorosa, entrar em depressão e, portanto, acabar com sua saúde mental.
Veja abaixo alguns relatos de pessoas que estão se relacionando com homens casados e estão sofrendo com isso .
“Tenho trinta e cinco anos, divorciada há quatro e namoro um homem casado há oito anos. No início, foi uma loucura total, pura paixão e sexo. A relação era um refúgio dos problemas dos nossos casamentos. Depois de quatro anos de traições, decide acabar com o casamento. Mas o namoro com o homem casado continuou. Sinto que minha vida está dando voltas no mesmo lugar. Como eu não tenho como comprovar a sinceridade dele, eu fico em cima do muro e bastante ansiosa." Ele é maravilhoso na cama e inteligente. Sinto-me extremamente sozinha, carente e solitária. Isso piorou porque percebi que sou apenas o "sal" que faltava para o casamento dele continuar. Ele faz tudo para esposa. Ele jura que não transa com a esposa dele há nove anos (ele é casado há vinte anos) e que vivem como irmãos ou amigos. Reclamo muito quando ele não atende o celular porque ele está ao lado dela; também reclamo que ele não faz nada para mim. Estou triste e com a auto-estima baixa. Ele sempre diz que é para ter calma que vai dar tudo certo entre a gente, que gosta de mim e que vai resolver se separar da esposa. Não sei o que fazer. ” (V.L., 35 anos)
“Tenho um relacionamento com um homem casado. Ele sempre me levou na conversa, contando sobre os problemas do casamento dele. Eu sei, comprovadamente, que esses problemas existem. Contudo, não consigo acreditar em nada do que diz. É um homem extremamente bonito, charmoso, com boa conversa.” (A.R., 30 anos).
“Pouco tempo depois do fim do meu relacionamento de 4 anos, conheci o homem casado, por quem estou apaixonada, numa sala de chat. Ele me falou que era casado, tinha quarenta e cinco anos e duas filhas. Como eu já estava desiludida, ele me pareceu ser um homem sincero. Conversamos por telefone e marcamos um encontro. A conversa foi boa e acabamos ficando juntos naquele dia. Pensei que iria ser apenas uma noite, mas já estamos 2 anos juntos. Recentemente, a esposa dele descobriu tudo. Ela me ligou me pediu que o deixasse. Acusou-me de ser destruidora de lares e de vidas. Senti-me realmente muito mal comigo mesma e, naquele momento, resolvi terminar tudo. Mas eu o amo muito e não quero perdê-lo. Sei que é errado, mas quando estou com ele, sinto-me a pessoa mais feliz do mundo! Já tentei conversar com ele, mas sempre acabamos ficando juntos. Sei que ele é casado e que não vai largar a família para ficar comigo, mas vou errando enquanto o tempo me deixar.”(R. S., 28 anos).
“Há seis anos tenho um relacionamento com um homem casado. Quando nos conhecemos, ele era noivo, mas eu não sabia. Seis meses depois, ao saber que ele era noivo, terminei o relacionamento. Ficamos sem nos ver uns meses e o reencontrei. Ele falou que gostava muito de mim e que tudo poderia continuar como antes, mas eu não aceitei. Numa festa de amigos em comuns, eu o vi e ele já estava casado. Mais uma vez, ele quis reatar nosso namoro. Depois de muitos telefonemas insistentes, aceitei sair com ele e estamos juntos há seis anos. Ele continua casado, tem uma filha de um ano e está comigo. Estou apaixonada por ele e não quero outros relacionamentos. Na cama, nós combinamos perfeitamente e nos vemos uma vez por semana. Já pedi várias vezes para terminarmos, mas ele não aceita e diz que me ama. O máximo que consegui ficar longe dele foram dois meses, mas entrei em depressão. Só saía de casa para trabalhar porque era obrigada.”(B. M., 27 anos).
“Sou divorciada há 8 anos. Há mais ou menos dois anos, conheci um homem super especial e, apesar dele ser casado, começamos a namorar. No começo, tínhamos um relacionamento amigável e sincero, mas há 6 meses, percebi que ele estava diferente comigo. Sempre que eu perguntava, ele mudava de assunto. Descobri que ele tem mais uma amante e tentei terminar o namoro várias vezes, porém ele não aceita, diz que gosta de mim e que quer ficar comigo.” (C. V., 46 anos).
“O que fazer quando você se apaixona por um homem errado? Ele é casado. Estou completamente envolvida por ele, ele diz que me ama, mas não deixa a esposa. Eu também nunca pedi para ele deixar. Mas, a cada dia que passa, mais o quero. Não sei como sair desse relacionamento; já tentei várias vezes, mas ele nunca aceita. Por favor, preciso de uma ajuda.” (G. C., 33 anos).
Lendo esses casos acima, você pode perceber que as histórias, no fundo, são as mesmas. Uma delas falou uma frase interessante: “vou errando enquanto o tempo me deixar” (há letra de música com essa frase). Todas sabem que estão erradas, mas não conseguem ter controle de suas vidas. Quem tem o controle da vida delas é o homem casado, mas não casado com elas. Elas são apenas “telespectadoras” de suas vidas, cujo controle remoto de sua “televida” está nas mãos deles.
“Enquanto o tempo me deixar”, percebe-se com essa frase que é uma completa perda de tempo. Enquanto ela for jovem, ela não pensa no tempo desperdiçado, pois ela acha que ainda tem muito tempo, mas numa relação com homem casado, o tempo passa tão rapidamente que quando ela menos esperar, já estará numa idade em que para recomeçar um relacionamento com novo homem, terá mais dificuldade. É fato: quanto mais velha fica uma mulher, menos homens bons disponíveis (solteiros) para relacionamento comprometido (com o fim de casar-se) ela encontrará.
Se uma amante quer se casar um dia, se perder muito tempo com esse homem casado, ela se verá com 40 anos, com dificuldade em encontrar novo homem, dificuldade em ter filhos por causa da idade etc. A conseqüência lógica de uma mulher chegar nessa idade depois de muitos anos de “namoro” com um homem casado, é que ela terá medo de encarar essa dura realidade e, para evitar esse enfrentamento, continuará a se iludir que ele a ama e que um dia, quem sabe, ainda que velhinhos, ou quando a esposa morrer (sabe lá Deus quando), eles ficarão juntos “felizes” para sempre.

Ele é comprometido!

O amor não escolhe hora, lugar ou coração. De repente, ele cruza com você ali, na esquina. Mãos geladas, olhos nos olhos, palpitação... Mas era bom demais para ser verdade: ele é comprometido. Diante da verdade, o chão abre embaixo dos seus pés. Você tenta se esquivar, enganar seus sentimentos, mas não tem jeito. O cupido foi certeiro, fazer o quê?, você se apaixonou por um homem que já é de outra. E agora?

Aventuras, jogos e conquista

Está certo, se não ele não ostenta uma aliança no dedo, não dá para adivinhar se está ou não disponível. Mas mesmo depois da certeza, muita gente deixa o coração falar mais alto do que a razão. Segundo o psicoterapeuta sexual Oswaldo Rodrigues Jr., as pessoas mais vulneráveis a esse tipo de relação são aquelas que valorizam as emoções e as aventuras. E como negar a excitação, mesmo que inconsciente, de viver o desafio do romance proibido? O jogo da conquista do "impossível" é um teste de sedução que se dá a cada beijo, a cada gesto. E, para algumas pessoas, é impossível ficar de fora.

“Procuro dar a ele tudo o que a esposa não dá: sexo, beijos, carinho e a minha juventude”

João Viana, 30 anos, publicitário, se envolveu com uma mulher comprometida e conta que os dois se conheceram no trabalho. Entre uma carona e outra, uma cervejinha aqui e outra ali, ficaram íntimos e pronto: rolou. "Foi um relacionamento de sete meses e, para conquistá-la, eu era capaz de tudo. Mas tinha na cabeça que o essencial era uma boa transa", revela. Quando se envolveu com uma mulher comprometida pela segunda vez, fazia de tudo para nutrir a imagem de príncipe encantado que ela tinha dele. "Eu vestia, de verdade, a camisa do "outro" na relação. Não podia ser eu mesmo, porque o amante precisa focar só no prazer, mas era como se eu me forçasse a gostar daquilo, porque sei que proporcionava a ela momentos muito mágicos e a mim também", diz.

Renata Souza, 38 anos, fonoaudióloga, também aposta na sua jovialidade e sexualidade à flor da pele para cativar o homem 27 anos mais velho, casado há 34 anos, por quem se apaixonou loucamente e com quem se relaciona há quatro anos. "É tudo que tenho a oferecer para ele, porque sei que ele gosta muito da mulher, mas como amiga, nada mais. Procuro dar a ele tudo o que a esposa não dá: sexo, beijos, carinho e a minha juventude", afirma.

Vivendo perigosamente

Para quem vive um relacionamento desses, às escondidas, os riscos envolvidos podem levar à loucura do prazer ou da insanidade. "Quando comecei a me relacionar com a Ana, casada, tentávamos nos afastar, mas cada momento que passávamos juntos era maravilhoso, porque era como se fosse o último", conta João Viana. Para ele, o proibido tem muito mais sabor, porque tem o gostinho da fantasia.

Já Renata chega às raias da loucura - e da mentira - para sustentar a relação. "Não tenho coragem de confessar para todos os meus amigos que vivo como amante de alguém e cheguei até a inventar um personagem, o Cláudio, para despistar - um namorado que trabalha muito e quase não tem tempo de me ver", conta. De fato, seu namorado vive mais em função da família e Renata acaba ficando em segundo plano, mas não consegue pensar e nem ficar com nenhum outro homem que não seja ele. Os amigos, claro, estranhavam sua solteirice. Daí que surgiu o Cláudio.
Renata Souza confessa que perdeu sua liberdade e seus sonhos. "Adoro sair para passear, mas tenho medo de nos pegarem juntos e penso muito bem antes de falar qualquer coisa, para não entregar os pontos", angustia-se. Fora o julgamento: Renata se sente muito julgada por aqueles que conhecem toda a história. "Ia ser madrinha de casamento de uma amiga e fui desconvidada pelo noivo, que não queria uma "amante" na festa. Isso me magoou muito", diz. E completa: "Mas não fisguei o "Cláudio" de propósito, foi paixão. E por ele abro mão de tudo, como já abri de ser mãe".

Ela conta, ainda, que o amante nunca escondeu que era casado. "Fui eu que me insinuei, mesmo vendo a aliança na mão esquerda, mas pago um preço por isso: ele não está sempre do meu lado quando preciso", desabafa. "O mais duro para mim foi o dia em que ele teve que me deixar para passar o carnaval com a família e eu acabei o encontrando, sem querer, no meio da folia, mas sem ser percebida. Fiquei muito triste ao vê-lo com a esposa", lembra. "Mas prefiro ter metade dele a não ter nada", afirma.

Viciados em exercícios físicos não percebem que estão doente

Questionário ajuda a identificar risco de transtorno que leva ao abuso nos treinos e aos anabolizantes

A doença que faz a pessoa se achar mais magra ou fraca do que é -enquanto seus músculos incham- vem sendo subdiagnosticada, conforme especialistas.

Essa falsa percepção, característica do transtorno da vigorexia, leva o doente a abusar de exercícios físicos e, às vezes, de anabolizantes.

Diferentemente do paciente anoréxico, o vigoréxico raramente procura ajuda, segundo a psiquiatra Ana Gabriela Hounie, da Associação Brasileira de Psiquiatria.

"Quando um chega ao psiquiatra é porque foi encaminhado por um cardiologista ou urologista, procurado para solucionar problemas causados por uso de esteroides."

Incomodado com a falta de diagnóstico e a proliferação de vigoréxicos ao seu redor, o educador físico e instrutor Marcus Zimpeck, 29, criou um teste para avaliar o risco de o aluno desenvolver o problema (ao lado).

"Metade dos homens que vejo em academias fica exibindo os músculos e gastando dinheiro com suplementos. Muitos vão para o caminho dos anabolizantes", diz.

Segundo o instrutor, detalhes como a frequência dos treinos e a autoavaliação no espelho podem ajudar a pessoa a checar se há risco.

A psiquiatra Hounie diz que o teste não é diagnóstico, mas pode detectar comportamentos suspeitos e levar a pessoa a um especialista.

"O que dirá se a pessoa tem vigorexia é se a percepção do próprio corpo não corresponde à realidade."

Zimpeck aplicou o questionário em dez homens. Um deles, conta, teve a máxima pontuação. "Aconselhei a procurar um especialista."

Mas o instrutor diz que a maioria brinca com o tema. "O pessoal não leva a sério enquanto não surge algum problema no organismo."

AMBIENTE

Academias são complacentes com o problema, na visão de Vladimir Modolo, professor de educação física e pesquisador do Centro de Estudos em Psicobiologia e Exercícios da Unifesp.

"Academias têm a tendência de contratar professores sarados para atrair mais público." Segundo Modolo, muitos instrutores ignoram os danos causados à saúde pela vigorexia.
"Acabam propiciando um ambiente no qual os praticantes são estimulados a cultuar o corpo sem controle."

O psicólogo Niraldo de Oliveira Santos montou um grupo no Hospital das Clínicas de São Paulo para tratamento gratuito da vigorexia.

De 2006 até hoje, ele diz que só recebeu dois pacientes que usavam anabolizantes, mas não se enquadravam no diagnóstico do transtorno. "As pessoas não procuram tratamento."

"Para o vigoréxico, seu único problema é ele não estar malhando o suficiente", reforça Hounie. E os anabolizantes são ferramenta para atingir o corpo almejado.

"Quanto mais doses a pessoa tomar, mais efeitos colaterais terá", alerta o endocrinologista Evandro Portes, vice-presidente da regional paulista da Sociedade Brasileira de Endocrinologia.
E enumera: pressão alta, insuficiência cardíaca, câncer no fígado, atrofia testicular, infertilidade, convulsões, agressividade.
"Eu sempre quis ser o mais forte da academia"
Faz 15 anos que o representante comercial A.T.F., 33, frequenta academias. Nos últimos cinco passou a consumir anabolizantes e aderiu a treinos mais pesados: mais horas, mais cargas.
"Eu sempre quis ser o cara mais forte da academia."

Ele diz que nunca está contente quando se olha no espelho. "Às vezes, me acho gordo e quero ficar mais forte, às vezes me acho magro e quero ficar mais definido."

Medindo 1,80 m e hoje com 91 kg, o vendedor já chegou a pesar 20 quilos a mais.

"Quando a gente entra nessa de disputar com os outros, comparar tamanho do bíceps, percebe que o corpo já deu o que tinha que dar. Aí, entram os hormônios."

Nos últimos três anos, ele conta que tomou seis "ciclos", como são chamados os períodos de oito semanas de injeções de anabolizantes. A.T.F. usa duas ampolas de testosterona sintética por semana durante os "ciclos".

"Bom é quando eu levanto mais peso do que todo mundo." No "leg press", aparelho usado para fortalecer músculos da coxa, ele diz que já usou carga de 700 kg. "O pessoal até parava para assistir."

Afastado dos treinos pesados desde o fim do ano passado, por conta de lesões não relacionadas aos exercícios, ele espera voltar a tomar hormônios depois do Carnaval.

O vendedor diz que nunca teve problemas com efeitos colaterais. "Se tivesse medo dos efeitos, não tomaria."

Preparação para o Carnaval estimula excessos

Apesar de mais comum em homens, a vigorexia não discrimina mulheres. "O comum é a mulher buscar o ideal de beleza associado à feminilidade, ao corpo violão", diz a psiquiatra Ana Gabriela Hounie.

"O corpo musculoso é um desvio da norma cultural, mas acontece, principalmente entre aquelas que são adeptas do fisiculturismo."

A preparação para os desfiles de Carnaval é um estímulo extra aos excessos na malhação.
Adriana Bombom, 36, apresentadora do "TV Fama" (Rede TV!), diz que já cometeu exageros na academia, mas que, agora, tenta pegar mais leve nos exercícios.

"Quanto mais você malha, mais acha que não está bom. Meu amigos falavam: "Está demais". Mas eu não conseguia ver o que eles viam."

Diz que reduziu a malhação há um ano, porque passou a perder trabalho como modelo. "A única coisa que poderia fazer com aquele corpo era comercial de shake."

Hoje, ela afirma que seu corpo está mais feminino. Atualmente,está treinando para desfilar no Carnaval. Sua rotina inclui comer 20 claras de ovo antes de malhar por uma hora e quarenta minutos todo dia.

"Sou muito satisfeita com o meu corpo", diz.
Mesmo assim, afirma sentir falta dos músculos que tinha na época da malhação pesada. "Acho lindo mostrar o corpo todo durinho."
[Folha de São Paulo]

Hipertensão, uma doença além das cifras

A cada ano, cerca de 7,6 milhões de mortes, 14% do total mundial, são atribuídas à hipertensão não controlada. Cerca de 80% dessas mortes ocorrem em países de baixo e médio desenvolvimento econômico e mais da metade em indivíduos entre 45 e 69 anos. No Brasil, a hipertensão afeta mais de 30% dos adultos. Cerca de 315 mil óbitos ocorrem anualmente por doenças cardiovasculares, dos quais mais da metade estão relacionados à hipertensão, com destaque para os derrames e infartos. Além disso, a hipertensão é, em nosso meio, a principal causa de doença renal crônica, que ocasiona mais de 10 mil óbitos anuais no país e a inclusão de 95 mil pessoas em programas de diálise ou filas de transplante.
A hipertensão é, na maioria de seus portadores, assintomática. Por não apresentar sinais ou sintomas da doença, poucos são os que fazem tratamento regular. Os percentuais de adesão ao tratamento situam-se em torno de 10 a 20% da população brasileira afetada. Levantamentos recentes revelam que, mesmo em consultórios médicos privados, o controle não atinge sequer a metade dos hipertensos ali atendidos e que menos da metade segue o tratamento por mais de um ano. Se não tratada adequadamente, a hipertensão pode reduzir em cerca de 16,5 anos a expectativa de vida.
Nos casos não fatais, ressalta-se a perda da qualidade de vida dos sobreviventes de derrames e infartos, quase sempre sequelados. Se poucos aderem ao tratamento com remédios, resta uma opção atraente que é adequação do estilo de vida, capaz de controlar um grande percentual de hipertensos sem medicamentos. Mesmo uma modesta perda do peso corporal está associada a reduções na pressão. Além disso, manter o peso normal (índice de massa corporal inferior a 25 Kg/m²) previne em 40% o desenvolvimento de hipertensão. Dietas ricas em frutas, hortaliças, fibras, minerais e laticínios, com baixos teores de gordura, nos estilos DASH (Dietary Approaches to Stop Hypertension) e mediterrânea podem operar milagres no controle pressórico.
Embora seja de conhecimento geral que o sal eleve a pressão, o seu consumo é cada vez maior em função do crescente consumo de alimentos e temperos industrializados. A Organização Mundial de Saúde recomenda um consumo diário de não mais que 5 g de sal, que corresponde a 2 g de sódio. O consumo médio do brasileiro é de mais que o dobro do recomendado. Muitos nutrientes têm revelado propriedades anti-hipertensivas, tais como: alicina (presente no alho, alho poró, cebola e cebolinha), betaglucano (presente na aveia), a substituição de parte da proteína alimentar por um composto de soja ou a troca de gorduras saturadas e alimentos ricos em gordura animal por peixes, oleaginosas (castanhas), azeite de oliva e óleos vegetais. O consumo diário de dois ou mais copos de leite ou porções de laticínios magros correlacionou-se a menor incidência de hipertensão, provavelmente devido ao aporte de cálcio. A vitamina D obtida pelo consumo de peixes e pela exposição ao sol também é uma importante aliada. Os polifenois contidos no chocolate amargo, maça, uva, cebola, café e nos chás preto e verde têm potencias propriedades vasoativas, aumentado a liberação de óxido nítrico, um potente vasodilatador produzido nas artérias. Pequenas doses de bebidas alcoólicas, 15 a 30 gramas de etanol, podem fazer parte do cardápio do hipertenso. Essa quantidade corresponde a 2 latas de cerveja, 2 doses de destilados ou 2 taças pequenas de vinho, para homens, utilizados de forma não diária, sendo recomendada a metade dessas quantidades para mulheres.
A atividade física regular, de pelos menos 30 minutos diários, promove vasodilatação sustentada e eficaz redução da pressão. Técnicas de relaxamento, incluindo yoga, biofeedback e principalmente a respiração lenta têm comprovado significativos efeitos anti-hipertensivos. Finalmente, a correção da apnéia do sono, por meio de equipamentos de auxílio respiratório noturno, reduz a pressão de pessoas com esse distúrbio comum.

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Sexo e Menopausa

BUSCA DA QUALIDADE DE VIDA SEXUAL NA MATURIDADE

A Menopausa é a parada completa da menstruação. O Climatério é o período que compreende desde as modificações fisiológicas, que vão ocorrendo com a diminuição de produção hormonal por parte dos ovários, até culminar na menopausa.

O processo de envelhecer ocorre desde que nascemos, mas há maior preocupação com a idade quando nossas funções vitais vão sendo perdidas. A perda da capacidade reprodutiva nas mulheres é acompanhada por uma série de sintomas físicos ou emocionais. Fogachos (os calorões), suor excessivo, cefaléia, pele seca, entre outros, são comuns. Mas, no que tange à vida sexual, algumas modificações são mais condicionantes.

Com a chegada da menopausa o desejo sexual pode diminuir. Algumas mulheres que se sentiram obrigadas a manter relações sexuais por toda uma vida, justificam a perda da função sexual com o fim da menstruação. Usam a menopausa como escudo para não precisarem mais "servir" seus parceiros sem obtenção alguma de prazer.

Já outras mulheres experimentam uma melhora da vida sexual e de seu desejo com a parada do ciclo menstrual, pois não precisam mais temer a gravidez indesejada e geralmente não têm mais filhos pequenos que atrapalhem o sono ou que ocupem muito sua atenção ao longo do dia. Logo, é uma questão na qual o peso cultural tem grande influência.

Com a perda da produção de alguns hormônios na menopausa, a mulher fica com menos lubrificação vaginal, devendo ter maior cuidado durante o ato sexual. Quando a vagina fica seca, o atrito do pênis pode machucá-la, como também ao seu parceiro, além de poder provocar algumas infecções (vulvovaginites). O uso de cremes lubrificantes é aconselhável, bem como a possibilidade de reposição hormonal. Um outro fenômeno que ocorre é a perda da gordura localizada nos grandes lábios, fazendo com que a vagina diminua de tamanho e esteja mais propensa a sofrer dor no coito.

A fantasia deve ser muito utilizada para despertar maior prazer no ato.

O orgasmo da mulher menopáusica pode ser muito intenso, pois as terminações nervosas estão muito mais à flor da pele, literalmente falando, pois, como assinalado acima, a capa de gordura da região da vulva está diminuída.

Muitas mulheres experimentam um reflorescimento da vida sexual.

RECOMENDAÇÕES

Use lubrificantes nas relações sexuais para evitar o desconforto e possíveis infecções vaginais.
A reposição hormonal deve ser questionada para manutenção das características físicas femininas, prevenindo-se a pele e cabelos secos, mantendo o corpo arredondado nas formas femininas, bem como a voz. Consulte seu ginecologista.
Procure climatizar o ambiente antes dos encontros sexuais: nem tão quente, nem tão frio para você e para seu parceiro.
Aproveite o maior estímulo sexual de seu parceiro, procurando-o pela manhã (cedo), pois a maior disposição dele para o sexo pode ajudá-la a ter mais desejo e a ser mais estimulada.
Com o surgimento de problemas sexuais de inibição, falta ou dificuldade de se chegar ao orgasmo, não deixe de procurar um terapeuta sexual que pode lhe proporcionar muitas orientações e técnicas para usufruir melhor de sua sexualidade.
Caso surjam sintomas de tristeza, desânimo intenso, fadiga, irritabilidade, baixa auto-estima, procure imediatamente uma orientação com psiquiatra, pois nessa fase, com as alterações hormonais, os Transtornos de Humor (Depressão) não são raros.

(Dra. Luciana Parisotto)

MENOPAUSA E CLIMATÉRIO

O QUE É?

A menopausa é a última menstruação da mulher.

O climatério é a fase da vida em que ocorre a transição do período reprodutivo ou fértil para o não reprodutivo, devido à diminuição dos hormônios sexuais produzidos pelos ovários.

A insuficiência ovariana é secundária ao esgotamento dos folículos primordiais que constituem o patrimônio genético de cada mulher. A diminuição dos níveis hormonais é um fato que ocorre com todas as mulheres e se inicia ao redor dos 40 anos. Algumas mulheres podem apresentar um quadro mais acentuado de sinais e sintomas, porém todas chegarão à menopausa.

A menopausa delimita as duas fases do climatério, o climatério pré- menopausa e o pós-menopausa.

A idade média das mulheres na menopausa é de 51 anos, podendo variar de 48 a 55 anos. Quando ocorre nas mulheres com menos de 40 anos é chamada de menopausa prematura.

A diminuição ou a falta dos hormônios sexuais femininos podem afetar vários locais do organismo e determinam sinais e sintomas conhecidos pelo nome de síndrome climatérica ou menopausal.

O QUE SE SENTE?

Os sintomas mais freqüentes são:

Fogachos ou ondas de calor, que causam uma vermelhidão súbita sobre a face e o tronco, acompanhados por uma sensação intensa de calor no corpo e por transpiração. Podem aparecer a qualquer hora e muitas vezes são tão desagradáveis que chegam a interferir nas atividades do dia a dia.
Alterações urogenitais causadas pela falta de estrogênio que levam a atrofia do epitélio vaginal, tornando o tecido frágil a ponto de sangrar. Na vagina, a atrofia causa o estreitamento e encurtamento, perda de elasticidade e diminuição das secreções, ocasionando secura vaginal e desconforto durante a relação sexual (dispareunia). Modificações na flora vaginal facilitam o aparecimento de uma flora inespecífica que predispõe a vaginites. Outros efeitos indesejáveis ocorrem no nível da uretra e da bexiga, causando dificuldade de esvaziamento da mesma, perda involuntária de urina , ocasionando a chamada síndrome uretral, caracterizada por episódios recorrentes de aumento da freqüência e ardência urinária, além da sensação de micção iminente.
Alterações do humor, sintomas emocionais, tais como ansiedade, depressão, fadiga, irritabilidade, perda de memória e insônia devido às alterações hormonais que afetam a química cerebral.
Modificação da sexualidade com diminuição do desejo sexual (libido), que pode estar alterado por vários motivos, entre eles, a menor lubrificação vaginal.
Aumento do risco cardiovascular pela diminuição dos níveis de estrogênio.
O estrogênio protege o coração e os vasos sanguíneos contra problemas, evitando a formação de trombos que obstruem os vasos e mantendo os níveis do bom colesterol.
Osteoporose, que é a diminuição da quantidade de massa óssea, tornando os ossos frágeis e mais propensos às fraturas, principalmente no nível da coluna vertebral, fêmur, quadril e punho. Embora algumas mulheres possam não apresentar nenhum sintoma, alguma manifestação silenciosa da deficiência hormonal pode estar ocorrendo, como a perda de massa óssea que pode levar a osteoporose.É nos cinco primeiros anos após a menopausa que ocorre uma perda óssea mais rápida.

(Dra. Helena von Eye Corleta e Dra. Heloísa Sarmento Barata Kalil)


DISFUNÇÃO DO ORGASMO FEMININO

Anorgasmia Feminina

O QUE É?

A Anorgasmia é definida como a falta de prazer orgásmico (gozo) após um período de excitação normal (com aumento de lubrificação e volume da vulva). Pode ser primária, quando a mulher jamais experimentou um orgasmo, ou secundária, quando essa deixou de obter o gozo sexual nos envolvimentos amorosos, antes satisfatórios. É um quadro relativamente comum, atingindo uma freqüência de aproximadamente 30% dos brasileiros, em média 7,5 % das mulheres em nosso estado.

O QUE CAUSA?

A expressão "falta de orgasmo feminino" é uma mescla de frustração, baixa auto-estima e conformidade. Muitas mulheres vivem sem sequer tentar algum prazer sexual, presas por laços culturais e religiosos ortodoxos, aliados à falta de orientação e educação sexual. "Sexo é para os homens!". Assim, sonegam seus desejos, evitando a ansiedade de enfrentar uma série de preconceitos impostos por uma educação repressora e sexista. A hostilidade ao parceiro, o medo da perda de autocontrole, a falta de desejo generalizada, a dor no coito e a inabilidade do parceiro na atividade sexual são outras causas comuns deste transtorno sexual.

Após o movimento da Revolução Sexual da década de 60, houve maior propagação de orientação e educação sexual. No entanto, foi somente na última década do século passado que a ciência pode desvendar a anatomia dos genitais femininos. Descobriu-se que o clitóris, considerado um pequeno órgão de sensibilidade sexual da vulva era apenas a pontinha de um iceberg de um órgão muito maior, mais complexo e especializado na arte do prazer sexual.

Também novos conceitos evolutivos trouxeram à tona dados que alteram a visão de alguns comportamentos considerados anormais. A promiscuidade feminina no reino animal, por exemplo, pode ser vista como vantajosa para a evolução da espécie. Os espermatozóides de diferentes machos competiriam entre si dentro da fêmea para fecundar o óvulo e perpetuar sua linhagem. Os genes mais "fortes" do espermatozóide vencedor garantiriam uma prole mais competitiva e saudável.

Mas tudo isso é muito novo ainda. As mulheres deste novo milênio, conforme a sua cultura e o possível acesso aos meios de comunicação e informação, variam nos seus conceitos de identidade feminina. A repressão sexual ainda é significativa e vigora até mesmo nos centros considerados de maior intelectualidade do país.

A TÉCNICA DO PRAZER

A repressão sexual impede a liberação da fantasia erótica, um fator importantíssimo para o orgasmo feminino. Se uma mulher não se permite fantasiar e se conhecer, descobrir as partes de seu corpo que mais respondem aos estímulos, não aprenderá a arte do prazer sexual. Diferentemente do homem, que possui o genital exposto (o pênis), a mulher tem que descobrir o clitóris e a vagina, órgãos essenciais para o orgasmo.

A técnica preconiza que a mulher busque inicialmente um autoconhecimento de seu corpo e de suas partes mais sensíveis ao toque e depois à masturbação solitária (sem parceiro). Pode fazer uso de espelhos para ver seus genitais e de estímulos eróticos como livros, revistas, ou mesmo filmes sexuais, incitando as suas fantasias. Posteriormente pode buscar a masturbação em frente ao parceiro e só depois, junto com este, solicitando a sua participação ativa em toques ou em fantasias compartilhadas.

O orgasmo no coito é uma segunda fase a ser atingida e depende da harmonia e confiança do casal. O objetivo é que a mulher possa se soltar e controlar adequadamente o ritmo do estímulo clitoridiano feito pelo parceiro. Existem técnicas mais especializadas como a contração rítmica da plataforma orgásmica (músculos da vulva) que também ajudam a atingir o sucesso da relação sexual.

Por fim, aconselha-se que se faça a introdução peniana concomitantemente à manipulação do clitóris, até que apenas o movimento do pênis roçando a entrada da vagina e o complexo clitoridiano possa substituir a função manual. A concentração da mulher é de vital importância, aliada a fantasias que não devem sofrer distrações. Caso aconteça, o estímulo deve ser renovado com um ritmo mais suave até poder se chegar ao pico novamente.

A prática leva ao sucesso orgásmico, mas é inútil sem a concentração na fantasia erótica e o auto-abandono ao prazer.


(Dra. Luciana Parisotto)