segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Mitos sobre adultério

  • "Ter um caso pode reacender o casamento."
    Não é verdade. Se o casamento já anda mal, pode ser o empurrão que falta para acabar de vez. A traição pode até reacender o ânimo de um dos parceiros (o traidor, óbvio), mas pode destruir o do outro.
  • "Trair é normal."
    Não é. Muitas pessoas acreditam que, pelo fato de se estar vivendo mais, é melhor casar várias vezes. Contudo, o mais importante é ter uma relação que garanta felicidade, conforto e proteção. E um caso extraconjugal proporciona exatamente o contrário.
  • "Trair é da natureza humana."
    Há muitos estudos que tentam provar a tese de que mamíferos, ovíparos e até insetos são infiéis por natureza. Mas não existe comprovação científica.
  • "Homens traem mais do que as mulheres."
    É uma das únicas verdades absolutas no que diz respeito à infidelidade. Nos últimos tempos, no entanto, chama a atenção o percentual de mulheres infiéis.
  • "Só casamentos em crise estão sujeitos ao adultério."
    Não. Acontece também em relações muito bem sucedidas. Parece que é quase impossível manter um relacionamento perfeito o tempo todo, os casos costumam ocorrer em momentos piores.
  • "Eu tenho culpa por ter sido traído(a)."
    Claro que não. O parceiro tem outros caminhos para resolver problemas no casamento. Mas é importante prestar atenção em seu comportamento e no da pessoa amada. Em que momento vocês permitiram que o casamento mudasse de rumo?

Os genes da traição

Nos últimos tempos, uma série de explicações biológicas tem aparecido para justificar a infidelidade. Um livro recém lançado nos Estados Unidos defende a tese de que a traição, seja entre humanos, pássaros e até pulgas, é regra. Na natureza, a monogamia é rara. O Mito da Monogamia: Fidelidade e Infidelidade em Animais e Humanos, escrito pelo zoólogo e psicólogo David P. Barash e pela psiquiatra Judith Eve Lipton, diz que até mesmo os cisnes são infiéis.

Outra tese polêmica é a do médico Stephen Emlen, da Universidade Cornell. Emlen afirma que nove entre dez mamíferos são infiéis. "A verdadeira monogamia é muito rara", diz. Segundo ele, há dois tipos de monogamia: a genética e a social. No primeiro caso, a fidelidade é uma exceção. Segundo Emlen, apenas uma espécie de macaco é fiel. No caso da monogamia social, o casal está junto com um objetivo definido: criar os filhos. É uma decisão deliberada dos parceiros. Especialistas acreditam que a fidelidade se mantém graças ao mito de que espécies cujas proles foram criadas por pais casados vivem melhor. Seria uma justificativa da monogamia humana.

O professor Tim Spector, investigador do Hospital St. Thomas's em Londres estudou duplas de mulheres gêmeas e afirma que se uma delas tivesse um histórico de infidelidade, as chances de a irmã apresentar o mesmo comportamento seriam de 55%, maior do que a média de mulheres que traem seus parceiros que é de 23%. Ele também relata que a infidelidade não é somente regulada pelos genes, mas também é influenciada pelo comportamento social: como desejo de aventura ou outras necessidades relacionadas com a personalidade.

Outro estudo científico publicado pela revista britânica “Nature”, afirma que alterando-se um único gene pode-se regular o comportamento notoriamente promíscuo de roedores em companheiros fiéis e monogâmicos.
O gene controla a produção da proteína receptor de vasopressina, presente naturalmente em maior quantidade em um tipo semelhante de roedor (Microtus ochrogaster), que é monogâmico. A proteína regula comportamento social e a formação de pares. A concentração maior é localizada em uma região frontal do cérebro envolvida na sensação de recompensa e no desenvolvimento de compulsões.

Não sabemos, porém se no ser humano também funciona assim, pois o comportamento sexual e sentimental humano é moldado pela interação entre complexos fatores ambientais e culturais com não apenas um, mas possivelmente diversos genes.

Dicas para reconstruir a relação

  • Respostas defensivas vão sempre parecer desculpas sem nexo. Seja claro e objetivo.
  • Fuja dos questionamentos exaustivos. Simples questões como "onde" "quando" e "quem" podem ser relevantes para aliviar as pressões por repostas mais complexas como "por que".
  • Evite dar detalhes sobre o caso até que o outro comece a digerir melhor a história.
  • Corte por inteiro o vínculo com a terceira pessoa. Não adianta só abandonar o sexo. Discussões pessoais, cafés e telefonemas devem ser eliminados. Se o caso é um colega de trabalho o contacto deve ser estritamente profissional.
  • Qualquer encontro, mesmo involuntário com o caso, deve ser relatado ao parceiro.

[Dra. Mariagrazia Marini Luwisch Psicóloga]

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