terça-feira, 19 de abril de 2011

O papel social da (o) amante


Amante entre nós


Na natureza são poucos os exemplos de animais que se mantém a vida inteira com um único parceiro(a). As araras são o maior exemplo de amor eterno, se o parceiro(a) morre, o outro(a) passará o resto de seus dias sozinho. Mas não estamos falando aqui de fidelidade, que é um conceito amplo demais e de poucos exemplos. Falemos do amante. Aquele personagem acusado de ser o vilão de uma história de amor, que interrompeu o conto de fadas, que sempre termina com os “felizes para sempre” de um casal.


O interessante é que a vida de amante não é fácil. Muitos conflitos passam na cabeça de uma pessoa que se envolve com alguém casado. Mas os motivos que levaram a pessoa a aceitar tal situação variam, mas no final, descobrimos que ali existe um ser humano e que o amante não pode ser culpado pelo que aconteceu. Eu diria que são coisas da vida, mas para quem gosta de achar razões para tudo, pode-se encarar como uma espécie de culpa tríplice.


O(a) amante se tornou o tal por solidão, fetiche, necessidade financeira, por engano, vingança, ele estava no lugar errado na hora errada, podemos dizer. Mas o amante de sucesso é aquele que percebe que ele é filial e não matriz. Quando o(a) amante passa achar que é o primeiro da fila, daí, as coisas complicam, nenhum homem quer duas esposas (salvo os árabes). Na verdade, o amante se mantém com o casado por razões racionais, mas vive, quase sempre, um conflito emocional constante. A amante (e também o amante) sempre gostou de desafios, de disputar com as(os) outras(os) em casa, na escola. Por isso, lhes dá prazer saber que o homem/mulher é de outra(o). Forte isso, li em uma matéria do www.vaidarcerto.com.br – aliás, que nomezinho positivista.


O casado se veste de coitadinho. Minha mulher/marido não me dá atenção, a rotina nos pegou, ela(e) é insuportável.... são inúmeros os motivos que o compromissado usa para justificar a pulada de cerca. Nunca ouvi um ao menos falar que é porquê é safado mesmo e nunca conseguiu ser monogâmico na vida. Na verdade, muitas pessoas que não nasceram para uma vida de fidelidade engatam tal projeto apenas por pressão da sociedade. É falta de comunicação que vem de longe, de sinceridade com ele mesmo. Se ele(a) achasse alguém que compartilha os mesmos “pecados” poderia ter dado mais certo. Muitos casais, inclusive, estão praticando o tal swing de casais, é uma modalidade de combater a “traição” individual. Para o homem, ter duas mulheres é como saber que ele é duplamente macho, provê amor, sexo e afeto em dobro, dá conta de duas... realmente um “socialismo do eu egocêntrico” – bom de mais para ser só de uma – é auto-estima em excesso.


O traído(a) (me nego a colocar a palavra corno) já havia sido avisado que o marido não prestava. Mas na sua casa o pai também traiu a mãe e depois tudo voltou ao normal. Homem é assim mesmo. Foi algo isolado. Para essas mulheres que aceitam de tudo e não lutam pelo que acreditam, desejo muitos anos de novena, porquê só um milagre mesmo para mudar essa situação. De duas uma: a(o) traída(o) sacode a poeira e luta pelo que é seu (começado por saber o que a outra tem a mais), ou entra na dança e vai procurar a felicidade fora do casamento. Agora, se ela está feliz do jeito que as coisas estão, bem, talvez esta pessoa deva se perguntar o que realmente ela gosta. As mulheres traídas têm medo de admitir que o conto de fadas acabou. Para elas, é como admitir uma grande falha. Crianças com baixa-estima na infância tendem-se a contentarem-se com qualquer (detonei o traidor agora).


Veja pelo lado bom


A amante tem o papel de prolongar um relacionamento doente. Pois o traidor poderia muito bem terminar a relação pois se acha insatisfeito (exceção daqueles safados que ainda dizem que amam a mulher e que ela é perfeita). Já o traidor pode criar uma situação em que a pessoa traída acorde e tome de volta as rédeas da sua vida.


Certezas


Mas uma coisa é certa: a amante sabe que o casado que trai não presta, pois sempre poderá trair novamente. E outra: aquele/a que ficou em casa está em uma situação vulnerável, vítima de uma grande covardia. E se, no pulo de cerca, acontece o azar (incompetência na verdade pois todo mundo sabe como evitar) de trazer uma doença sexualmente transmissível para dentro de casa? O assunto pode ser muito mais complicado do que parece de início, por isso, muito cuidado em relacionamentos fora do convencional. E lembre-se, a camisinha salva.


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