domingo, 1 de março de 2009

Desenvolvimento de fobias

Após ter tido muitas crises, a pessoa pode não sentir mais os sintomas físicos, mas continua com medos que ela mesma percebe que não são lógicos, como por exemplo de dirigir (principalmente em congestionamentos, túneis ou estradas), de pegar ônibus, metrô, avião, de participar de reuniões, de viajar, de ficar sozinha ou de sair sozinha de casa, ou medo de escuridão, de ficar em lugares com muita gente como Shopping, cinema, restaurantes, filas, elevadores, ou então de lugares muito abertos e vazios. Às vezes aparece até mesmo medo de dormir, quando a pessoa teve crises noturnas, ou de se alimentar, quando teve sensações de engasgar.

   Causas:

  • Psicológicas (são as mais comuns): reação a um Stress ou a uma situação difícil cuja solução é igualmente difícil. Essa situação difícil pode ser profissional, afetiva, financeira, de saúde, etc.
  • Físicas: alterações no organismo provocadas, por medicamentos, doenças físicas, por abuso de álcool em drogas.
  • Genética familiar de Pânico, Depressão, DOC, TAG, PTSDDDA, etc. Atenção: predisposição genética não quer dizer hereditariedade. Ou seja, Síndrome do Pânico ou Transtorno do Pânico não passa de pai para filho, não se preocupe.

O mais comum é uma combinação de várias causas.

Sofrer de Pânico não tem nada a ver com personalidade forte ou fraca, com a pessoa ser ou não corajosa.

    O tratamento da Síndrome do Pânico ou Transtorno do Pânico envolve:

  • Acabar com os sintomas físicos, que costumam passar rapidamente com medicamentos.
  • Tratar a Ansiedade Antecipatória, as Fobias e o comportamento de evitação. Nesta fase, o tratamento mais eficaz é a combinação de medicação com Psicoterapia, principalmente a Cognitivo Comportamental.

   Para a família:

  • Geralmente a família sofre porque não consegue ajudar e sobrecarrega o paciente porque vê a pessoa passar por cardiologistas, clínicos, neurologistas, gastroenterologistas, otorrinolaringologistas, etc., fazer exames, tomar calmantes, estimulantes e vitaminas sem melhora. Então começa a dizer que é fita, "frescura", falta de força de vontade, de coragem, e começa a dar palpites para você "se ajudar" "se animar" "reagir" e etc., como se você não soubesse de tudo isso.

   Observações

  • Existem alguns casos em que o primeiro remédio não produz resultado. Isso não quer dizer caso grave e nem incurável. Na maioria das vezes basta trocar a medicação.
  • Mesmo que você já esteja se sentindo bem, não interrompa a medicação. Interromper a medicação antes da hora significa quase sempre uma recaída.
  • A Síndrome do Pânico ou Transtorno do Pânico é benigna e curável, quase todos os sintomas desaparecem nas primeira horas de tratamento, porem ela é muito "teimosa" e o tratamento de manutenção é longo. Evidentemente que sem sintomas, mas com a manutenção da medicação.
  • A Síndrome do Pânico ou Transtorno do Pânico pode reaparecer sim, mesmo que os problemas tenham acabado.
  • Durante o Transtorno do Pânico ou Síndrome do Pânico, a pessoa pode passar por fases de depressão. Isso não quer dizer que você sofra de duas doenças.
  • Algumas pessoas com Síndrome do Pânico ou Transtorno do Pânico tem receio de fazer ginástica. Pelo contrário, um bom condicionamento físico é sempre importante, ainda mais para quem está sujeito a ter crises de taquicardia. Além disso, ginástica libera Endorfinas, que são nossos Antidepressivos naturais e aumentam nosso bem estar.
  • Yoga, meditação, massagem de relaxamento: sempre ajudam e muito, principalmente as duas primeiras.
  • Diminuir álcool e cafeína (café, chá preto, chá mate, refrigerantes) sempre ajuda.

 

  • Dr. Rubens Pitliuk, Médico Psiquiatra em São Paulo

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