segunda-feira, 1 de abril de 2013

Nove estratégias para combater a ansiedade

Combater o pessimismo e criar momentos de lazer amenizam as preocupações

Quando temos que enfrentar um desafio, a ansiedade toma conta do corpo e da mente. Inúmeros hormônios começam a agir, o coração acelera, a transpiração aumenta e até uma súbita dor de barriga aparece. Se essa sensação se acumular demais no corpo, pode extravasar de formas não tão agradáveis. "Alguns choram, outros gritam e partem para a briga, outros ainda adoecem e podem até entrar em depressão", conta a psicóloga Amélia Kassis, diretora da Companhia Zen, de São Paulo. Para evitar que a ansiedade não chegue ao ponto de virar um transtorno mais sério, procure marcar uma consulta com um psicólogo e adote alguns cuidados indicados por esses especialistas.

A incerteza sempre existe - aceite isso

Não é possível prever os fatos ou ter garantia de que tudo sairá exatamente do jeito que você espera. Passar horas e horas ansioso não fará diferença alguma no resultado. Portanto, procure não dar espaço na sua mente a pensamentos como: "talvez eu encontre uma solução", "não quero ser surpreendido", "não quero esquecer alguma coisa", entre outros. Essas preocupações apenas impedirão que você aproveite as coisas boas que tem no momento presente.
A psicóloga Solange Quintanilha, do Rio de Janeiro, recomenda conversar com as pessoas que você confia e compartilhar o que você está passando para tentar amenizar essa incerteza. "Você sentirá como é bom ter a compreensão dos que se preocupam com você", afirma a especialista.

Homem preocupado sem conseguir dormir - Getty Images

Hora de dormir, hora de se preocupar

A ansiedade vai dominar o seu dia conforme você permitir que as preocupações ocupem a sua cabeça todo o tempo. "Tente estabelecer um momento para cada coisa, inclusive para se preocupar", diz Solange Quintanilha. A hora de dormir, por exemplo, não é o melhor momento porque você dificilmente ficará relaxado.
Se um pensamento ansioso insistir em atrapalhar suas tarefas ou seu sono, faça uma anotação em um bloquinho, de forma que você o leia e reflita mais tarde. Isso cria a sensação de que você está livre da preocupação de ter que se lembrar disso a toda hora, uma vez que terá um momento só para se dedicar ao problema depois.

Mulher pessimista no trabalho - Getty Images

Sem exageros de pessimismo

Quando estamos ansiosos, tendemos a visualizar as coisas de forma muito mais perigosa e negativa do que elas realmente são. "É preciso ter o cuidado enxergar a situação temida ou desejada como algo mais tangível e possível, sem generalizar", afirma a psicóloga Amélia. Dessa forma, você aumenta a autoconfiança e autoestima, ficando mais preparado para enfrentar os desafios que te deixam ansioso. Lembre-se: o futuro é uma incerteza, pode dar certo tanto quanto pode dar errado e você sabe que está fazendo o seu melhor para que dê certo. Além disso, haverá formas de conviver com a situação se algo não ocorrer exatamente como você pretende.

Homem sentado relaxando ao ar livre - Getty Images

Relaxe de verdade

Diante da expectativa de uma situação que está por vir, o corpo parece ficar irrequieto e a sua mente não descansa - a preocupação atrapalha qualquer tentativa de concentração nas tarefas diárias. "O relaxamento é eficaz para liberar toda a tensão gerada e regularizar os níveis de hormônios que são responsáveis pela sensação de ansiedade", explica a psicóloga Amélia. Experimente fazer ioga, meditação ou reserve alguns minutinhos do seu dia para adotar hábitos diários.

Mulher vendo televisão sozinha - Getty Images

Evite ficar sozinho

Se você tiver a opção de sair e se distrair com outras pessoas - vá em frente. Quando você está sozinho, tende a pensar mais nas preocupações que causam ansiedade. "É claro que é importante que a pessoa fique sozinha e aprenda a lidar com essa situação", lembra a psicóloga Amélia. Mas ficar muito tempo só pode gerar uma sensação de impotência maior. Quanto mais você tiver apoio de outras pessoas, menos se sentirá vulnerável a problemas que parecem ameaçadores.

Homem fazendo flexões - Getty Images

Pratique exercícios físicos

Segundo um estudo da Southern Methodist University, nos Estados Unidos, pessoas com um quadro clínico de ansiedade podem ter os sintomas reduzidos com atividade física de intensidade moderada. Os pesquisadores afirmam que 150 minutos de prática por semana (50 minutos, três vezes por semana, por exemplo) podem ser suficientes para trazer esses benefícios.

Laranja - Getty Images

Consuma alimentos que combatem a ansiedade

Alguns alimentos contêm aminoácidos e vitaminas que diminuem a ansiedade por aumentar os níveis de serotonina no organismo, que é um neurotransmissor responsável pelo bem-estar e relaxamento.

Amigos comendo e conversando - Getty Images

Tenha momentos de lazer

"Tanto atividades físicas como momentos de lazer ajudam a deixar o corpo e a mente em equilíbrio", explica a psicóloga Amélia. Por isso, reserve momentos do seu dia para cuidar de você e fazer o que você gosta.

Terapia com florais - Getty Images

Procure terapias complementares

Segundo Amélia Kassis, florais e homeopatia são meios eficazes de manter a ansiedade em níveis ideais. "Mas eles não dispensam a necessidade de passar por uma avaliação clínica para verificar se é preciso fazer um tratamento com psicoterapia e medicamentos", lembra a psicóloga. Há uma infinidade de terapias naturais que podem agir combatendo a carga emocional negativa que a ansiedade pode provocar. Confira as sugestões abaixo:

 

Alie terapias naturais aos tratamentos médicos

Elas agem minimizando a carga emocional negativa que as doenças podem provocar

Medicamentos, internação, exames, injeção e controle dos hábitos são comuns na rotina de quem está em tratamento contra algum problema físico. Graves ou passageiras, as doenças acabam levando a algum tipo de mal-estar, principalmente de ânimo, situação que pode prejudicar a evolução do tratamento e fazer você amargar uns dias extras de limitações. É nesse espaço que as terapias naturas podem fazer grande diferença, desde que você não abandone as prescrições convencionais. O segredo é usar os modelos alternativos como um reforço para trabalhar o emocional ganhar em bem-estar. Veja a seguir algumas opções para enfrentar a imunidade em baixa com mais serenidade.

Floral de Bach
Os florais são indicados para recuperar um paciente que vive algum tipo de desequilíbrio emocional "Uma pessoa diagnosticada com câncer não será curada pelos florais. Mas a notícia causa um choque, que pode ser encarado de forma mais equilibrada com as gotas certas. Além disso, o floral de Bach pode auxiliar a lidar melhor com essa situação, além de ajudar a superar o medo da morte", afirma a terapeuta Patrícia Alves, especialista do Minha Vida e autora do livro ABC dos Florais de Bach. A escolha do tipo de floral vai depender da sua personalidade, e não dos sintomas apresentados, por isso a consulta a um especialista é fundamental antes de se submeter ao tratamento.

Aromaterapia - Foto: Getty Images

Aromaterapia
O lema dessa terapia é o relaxamento. Óleos essenciais puros de lavanda ou laranja, por exemplo, podem ajudar a combater insônia, estresse e nervosismo. Já o de hortelã age contra enjoo. "A aromaterapia melhor a relação do indivíduo consigo mesmo, por isso é um coadjuvante de outros tratamentos", afirma a aromaterapeuta Sâmia Maluf, da By Sâmia. As formas mais comuns de usar os óleos são por inalação, massagem e escalda-pés. Grávidas e crianças, no entanto, precisam de orientação especial antes do uso, evitando efeitos desagradáveis: o óleo de essencial de alecrim, por exemplo, pode elevar a pressão.

Terapia de Cores - Foto: Getty Images

Terapia de cores
Segundo o professor Henrique Cirilo, do curso de Naturologia da Anhembi Morumbi, essa terapia entende que o corpo humano é um sistema bioelétrico, ou seja, suas funções dependem da correta distribuição de carga elétrica para serem eficientes. Quando adoecemos, o sistema bioelétrico entra em curto circuito e é preciso repará-lo.
"A luz é uma onda eletromagnética e as cores são a decomposição da luz. Portanto, quando utilizamos as cores em determinadas áreas ou pontos do corpo humano, estamos gerando um estímulo elétrico com o objetivo de reestabelecer esse equilíbrio bioelétrico", conta o profissional.


Além do estímulo elétrico, é possível utilizar o princípio das cores a partir do processo associativo. "Esse processo promove reações emocionais a determinadas cores. Um exemplo é pessoa que, quando criança, tinha uma avó que se vestia muito de verde. Essa pessoa pode ter boas lembranças em relação à avó e, toda vez que vir o verde, sentirá uma sensação de bem- estar", esclarece Henrique. Esses dois processos podem ajudar a combater depressão, ansiedade, insônia e até dores.

Musicoterapia - Foto: Getty Images

Musicoterapia
A música ativa regiões responsáveis pela produção e liberação de hormônios, como a serotonina (felicidade) e a noradrenalina (hormônio ligado ao estresse e à dor), informa a musicoterapeuta Therezinha Jardim, coordenadora do setor de Musicoterapia da Associação Brasileira Beneficente de Reabilitação (ABBR). "Ela também ativa o hipocampo, área da memória, e outras áreas cerebrais ligadas à atenção, emoção e coordenação motora", diz.


A terapeuta conta que doenças como Alzheimer, AVC e esclerose múltipla eliminam a autonomia, o desejo e o prazer, prejudicando a auto-estima. A música ajuda a combater esses males ao desenvolver a afetividade, os sentidos e as emoções. "Em uma sessão musicoterápica, o paciente redescobre o contato consigo mesmo e com o outro, obtendo melhora da autoestima, ativando funções intelectuais e motoras e diminuindo o estresse e a ansiedade", conta a profissional.

Contato com animais - Foto: Getty Images

Contato com animais
A Terapia Assistida por Animais é um processo que utiliza os bichos como ferramenta para a reabilitação de seres humanos. "Esta terapêutica é muito utilizada em idosos e crianças com autismo, síndrome de Down ou paralisia cerebral", afirma o neurocientista Alexandre Monteiro, coordenador do Projeto Animallis, que trabalha esse método em idosos com demências - como Alzheimer – e depressão.


O especialista conta que os benefícios observados em seus pacientes são diversos: estabilização da pressão arterial, alívio do tédio imposto pela rotina, aumento da comunicação e estímulo à convivência, sentimento de segurança, socialização e motivação. A técnica pode, inclusive, ajudar a amenizar o sofrimento de dores provocadas pelas doenças. No trabalho de Alexandre, por exemplo, os idosos que sentiam dores em período pós-cirúrgico mudavam o foco da dor para o contato com os animais, depois de realizarem atividades propostas com base na terapia. 

Saúde ao ar livre - Foto: Getty Images

Saúde ao ar livre
A terapia que aproveita os benefícios que a natureza traz à saúde ganhou o nome de Ecoterapia. Vale desde passar alguns minutos ao ar livre diariamente até realizar exercícios de relaxamento, descontração e respiração, aproveitando o bem-estar que os recursos naturais proporcionam. Um estudo japonês, realizado em 2010, verificou que os elementos do ambiente (como odor de madeira, som da água correndo no riacho e a paisagem da floresta) podem ajudar a relaxar e reduzir o estresse. Os participantes do experimento tiveram níveis mais baixos de cortisol, hormônio do estresse, e diminuição da pressão arterial.
Já pesquisadores da Universidade de Essex, no Reino Unido, constataram que ficar apenas cinco minutos em um ambiente natural, que pode ser até o jardim no quintal de casa, melhora o humor, a autoestima e a motivação. Além disso, 71% dos parcipantes analisados na pesquisa tiveram redução da depressão ao adotarem a caminhada ao ar livre como uma prática cotidiana.

Chás - Foto: Getty Images

Chás
Há diversos estudos que indicam propriedades terapêuticas dos chás. Na Universidade Federal de Santa Catarina, constatou-se que o chá mate pode ajudar a combater o colesterol ruim (LDL). Já pesquisadores de University College London (Inglaterra) comprovaram que o chá preto alivia os sintomas do estresse. O chá verde, por sua vez, é apontado como aliado no combate a sintomas da depressão, em estudo publicado no American Journal of Clinical Nutrition. É certo que essas bebidas naturais não substituem medicamentos, mas podem ajudar a acelerar o tratamento, amenizando os sintomas negativos. Use o chá de capim-cidreira, por exemplo, para estimular o sistema digestivo e aliviar gases, ou aproveite o de camomila para combater ansiedade, insônia e até aliviar enxaqueca.

 

[Letícia Gonçalves -  Dieta e Saúde]

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