sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

PERDA DAS PESSOAS QUE AMAMOS

Quando a morte se faz presente nas vossas famílias, levando sem critério os jovens antes dos velhos, dizemos muitas vezes: “Deus não é justo, já que sacrifica aquele que é forte, e com um futuro pela frente, para conservar aqueles que já viveram longos anos cheios de decepções; leva aqueles que são úteis e deixa aqueles que não servem mais para nada; parte o coração de uma mãe, privando-a da inocente criatura que fazia toda a sua alegria”. Criaturas humanas, é nisto que tendes necessidade de vos elevar acima do plano terreno da vida, para compreender que o bem está muitas vezes onde se acredita ver o mal, a sábia previdência, onde se acredita ver a cega fatalidade do destino!
Por que medir ajustiça divina pelo valor da vossa? Podeis pensar que o Senhor dos mundos queira, por um simples capricho, vos impor penas cruéis? Nada se faz sem um objetivo inteligente e tudo o que acontece tem sua razão de ser. Se meditásseis melhor o porquê das dores que vos atingem, encontraríeis sempre a razão divina, razão regeneradora, e vossos míseros interesses seriam uma consideração secundária que desprezaríeis ao último plano. Acreditai em mim, a morte é preferível, mesmo numa encarnação de vinte anos, a essas desordens vergonhosas que desolam famílias honradas, cortam o coração de uma mãe e fazem branquear os cabelos dos pais, antes do tempo.

A morte prematura é muitas vezes um grande benefício que Deus dá àquele que se vai, e que se encontra assim poupado das misérias da vida, ou das seduções que poderiam arrastá-lo à sua perdição. Aquele que morre na flor da idade não é vítima da fatalidade; é que Deus julga que não lhe é útil passar maior tempo na Terra. É uma terrível desgraça, dizeis, que uma vida tão cheia de esperançasseja cortada tão cedo! De quais esperanças quereis falar? Das da Terra, onde aquele que se foi teria brilhado, trilhado seu caminho efeito fortuna? Sempre essa visão estreita, que não consegue se elevar acima da matéria! Acaso sabeis qual teria sido o destino dessa vida tão cheia de esperanças, segundo pensais? Quem vos garante queela não poderia ter sido cheia de amarguras? Acaso considerais nulas as esperanças da vida futura, preferindo as da vida passageira que arrastais na Terra? Pensais, então, que vale mais ter uma posição entre os homens do que entre os Espíritos bem-aventurados?

Alegrai-vos ao invés de vos lamentar quando Deus quiser retirar um de seus filhos desse vale de misérias. Não há egoísmo em desejar que ele permanecesse aí, para sofrer convosco? Essa dor compreende-se entre aqueles que não têm fé e que vêem na morte uma separação eterna; porém vós, espíritas, sabeis que a alma vive melhor livre de seu envoltório corporal.

Mães, sabeis que vossos filhos bem-amados estão perto de vós; sim, estão bem perto; seus corpos fluídicos vos rodeiam, seus pensamentos vos protegem, e a lembrança que tendes deles os enche de felicidade; assim como também vossas dores insensatas os perturbam, pois elas denotam uma falta de fé e são uma revolta contra a vontade de Deus. Vós que entendeis a vida espiritual, fazei vibrar as pulsações de vosso coração em favor desses entes bem-amados, e, se pedirdes a Deus que os abençoe, sentireis em vós aquelas consolações poderosas que secam as lágrimas, aquela fé consoladora que vos mostrará o futuro prometido pelo soberano Senhor.

( "EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO" - Capítulo 5 - BEM-AVENTURADOS OS AFLITOS )

Mais uma vez venho falar sobre a morte. Mas desta vez, da morte das pessoas que amamos e que nos é tão difícil de aceitar. Depois de ler este trecho no Evangelho Segundo o Espiritismo, fiquei pensando o quanto somos egoístas. Não em sã consciência, pois nunca faríamos isso. Mas em como vemos errado a chamada "Morte". Há quem a veja como um fim, como uma separação e, na verdade, se a vida for vista como uma passagem apenas, a morte nada mais é qdo que uma libertação. Li em algum lugar, uma co mparação da vida com um cumprimento de pena.
É como um criminoso que tenha cumprido sua pena durante vinte ou trinta anos e, quando a cumpre, recebe a liberdade. Ele terá o mundo a seus pés, poderá viver de verdade. Poderá trabalhar pra si e pelos outros... Aí, vem um lá e briga e se descabela porque não quer que esta pessoa receba a liberdade, porque quer que ela cumpra uma pena maior e ainda por cima diz que é por amar muito que pensa assim.... Pensando assim, dá pra ver o quanto somos egoístas. Para ele é a liberdade, um novo começo, um alívio, pois estaria deixando a prisão, o cárcere pra ser livre e feliz, e tentar mudar o que fez de errado e procurar não errar mais, pois sabe o quanto lhe custaria mais alguns anos encarcerado.

Por quê não ver a morte assim? Vou parando por aqui e espero que aqueles que lerem esta postagem possam refletir e pensar melhor diante da "perda" de alguém amado.

[Solange Grignolli]

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